
Pais da bebê Aurora falam da recuperação da filha e retorno para o Acre
O resultado da biópsia feita na bebê Aurora Maria Oliveira Mesquita, de 1 mês, descartou a doença rara epidermólise bolhosa, primeira suspeita apontada pela equipe médica do Acre.
A menina sofreu queimaduras de 2º e 3º graus causadas pelo uso de água quente durante o banho na Maternidade Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, em junho deste ano.
O g1 teve acesso ao documento que destacou que “não foram encontradas variantes reconhecidamente patogênicas, que isoladamente justifiquem quadro clínico”.
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Aurora Maria recebeu alta nesta quinta-feira (31) após mais de 1 mês internada em Belo Horizonte
Reprodução/Instagram
O material foi coletado no dia 23 de junho, um dia após o banho da menina, e o resultado foi liberado na última terça (5). A análise obteve alta qualidade técnica, com 99,5% de cobertura adequada das regiões-alvo.
“É importante ressaltar que a análise é guiada pelo conhecimento científico atual e pode sofrer mudanças ao longo do tempo. A cobertura deste exame foi suficiente para assegurar boa qualidade na quase totalidade das sequências-alvo dos genes analisados”, diz o documento.
Aurora recebeu alta no dia 31 de julho do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, após mais de um mês internada e, nessa quarta (6), retornou a Cruzeiro do Sul.
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Arquivo pessoal
Desde o início das suspeitas, inclusive, a família da bebê apontou que as lesões foram causadas pela água quente usada durante o banho.
“Todo mundo duvidou da gente. Só quem acreditou foi a família mesmo. Fui chamado até de leigo pelo médico lá de Cruzeiro [do Sul]. Coloquei foi a mão dele, da diretora e da pediatra na água para ver se não queimava. Mas, todo mundo duvidou da gente querendo colocar uma doença na minha filha que não tinha nada a ver”, lamentou o pai na época.
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Suspeita inicial
Na época, o secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal não havia descartado a suspeita de epidemólise bolhosa por conta das bolhas que surgiram e acometeram os dedos dos pés, pés e tornozelos.
“Nós não estamos aqui para tapar o sol com a peneira e nem passar a mão na cabeça de ninguém se houver culpado, mas é válido que a gente feche um diagnóstico para que tenhamos a conduta correta para tomar em relação à paciente. Estamos fazendo tudo para que essa criança esteja em um grande centro, realize uma biópsia para verificar se é uma epidermólise bolhosa ou se foi acometida com água quente”, complementou.
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No dia 5 de julho, no entanto, ele atestou, com base nos boletins diários do hospital, que as lesões eram queimaduras e não epidermólise bolhosa.
Inicialmente, Aurora foi atendida na própria unidade em Cruzeiro do Sul, mas devido à gravidade das lesões, precisou ser levada para Rio Branco e, depois, para Belo Horizonte, onde ficou desde 25 de junho e foi submetida ao procedimento de enxerto para evitar amputação.
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O pai da menina registrou um boletim de ocorrência contra o hospital de Cruzeiro do Sul. A técnica de enfermagem que deu banho na criança foi afastada do cargo e deve ser demitida ao fim do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD).
O caso segue em investigação pela Polícia Civil, Ministério Público (MP-AC), Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) e Conselho Regional de Enfermagem (Coren).
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