Recentemente divulguei um bar que vende Heineken a R$ 14,00 todos os dias em Belo Horizonte. A manchete do meu vídeo expunha minha opinião verdadeira de que este é um preço difícil de praticar. Há quem discorde, mas sem muito embasamento. Minha proposta com esse texto é analisar qual o preço justo da Heineken nos bares da cidade.
Se quiser ler mais sobre o tema, confira minha reflexão sobre os bares estarem caros.
O valor da Heineken para o lojista comum é R$ 9,19 no Heishop, o aplicativo de compras da Heineken. Naturalmente, a venda precisa ser acima desse valor, mas o quão acima?
Preço não se define somente olhando produto por produto. É também necessário olhar para todo o cardápio. Os produtos precisam se equilibrar em 35% de CMV. Se alguns ficam muito longe disso, outros precisam compensar.
Uma Heineken comprada por R$ 9,19 e vendida por R$ 14,00 tem CMV de 65%. Quase o dobro do recomendado. Só existem duas circunstâncias em que esse preço não agrida o restaurante: Se o produto sai muito pouco (o que não costuma ser o caso da Heineken) ou se outros custos do restaurante são muito mais baixos que o normal, como por exemplo: O bar é na própria casa do dono; Ele não tem funcionários e faz tudo sozinho; Só trabalham com petiscos de custo baixíssimo, como batata, calabresa, entre outros.
O argumento de que “se alguém vende por menos, é porque vale a pena para esse alguém” não se sustenta, pois o segmento é muito informal e é muito comum ver empresários que não sabem calcular suas margens, o que contribui para o fechamento do negócio.
Sendo assim, podemos considerar que o preço justo da Heineken é R$ 18,00. Com o custo girando em torno de 50%, fica viável equilibrar com produtos mais baratos, aproximando o CMV dos 35% desejáveis. Tudo o que for abaixo de R$ 18,00 é SIM preço baixo. O que passar disso, pode ser considerado acima da média.
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