O mercado financeiro brasileiro encerrou a semana em alta, mesmo após a entrada em vigor das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O Ibovespa acumulou avanço de quase 3%, ultrapassando os 137 mil pontos durante a semana e fechando próximo dos 136 mil. Já o dólar recuou cerca de 2%, terminando cotado em torno de R$ 5,43.
A reação positiva ocorreu porque o impacto das tarifas já havia sido precificado nos dias anteriores. Com a confirmação da medida, investidores ajustaram posições, reduzindo a volatilidade.
Governo prepara medidas para mitigar impactos
O governo federal deve anunciar na próxima terça-feira um pacote de medidas de contingenciamento para apoiar empresas e trabalhadores afetados pelas novas barreiras comerciais. As ações visam reduzir os efeitos da queda nas exportações e preservar empregos nos setores mais atingidos.
Analistas destacam que, além de medidas internas, o Brasil precisa intensificar a diplomacia econômica, buscando acordos que compensem as perdas no comércio com os EUA.
Contexto internacional e posicionamento do Brasil
Enquanto países como Japão, União Europeia e Reino Unido negociaram reduções tarifárias e prometeram investimentos nos Estados Unidos, o Brasil mantém maior aproximação com o grupo de países do BRICS — formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — que busca criar uma moeda alternativa ao dólar.
Essa estratégia pode distanciar o país das democracias ocidentais e dificultar avanços nas negociações com Washington. China e Rússia, por exemplo, já estão dialogando diretamente com os EUA, buscando soluções para minimizar conflitos comerciais.
Riscos para economia e empregos
O Ministério da Fazenda avalia que as tarifas podem provocar queda inicial da inflação, mas há preocupação de que, no médio prazo, a redução da produção e o fechamento de empresas gerem desemprego e escassez de produtos no mercado interno.
Se não houver margem para as empresas manterem suas operações, haverá cortes de postos de trabalho e risco de desabastecimento. Especialistas defendem uma postura pragmática, sem viés ideológico, para preservar a competitividade brasileira.
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