
José Paulo Couto e Rejane Mendes
Reprodução/TV Anhanguera
O empresário José Paulo Couto, de 75 anos, foi assassinado, teve o corpo enrolado em panos e jogado de uma ponte em Araguaína, no norte do Tocantins. Em seu primeiro depoimento à Polícia Civil, Rejane Mendes, que alegou ter um relacionamento extraconjugal com o empresário, confessou o crime. Ela foi denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE) e virou ré por homicídio qualificado.
Rejane declarou que chamou a irmã para ajudá-la a se desfazer do corpo. A irmã, de 43 anos, também foi denunciada e vai responder por ocultação de cadáver. A defesa das duas informou, por telefone à TV Anhanguera, que as clientes não tiveram participação no crime e que vão provar na Justiça que são inocentes.
Veja abaixo o que se sabe sobre o crime.
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Quando o corpo do empresário foi encontrado?
Local onde corpo foi localizado em Araguaína
Divulgação/Bombeiros
José Paulo Couto foi dado como desaparecido no dia 9 de julho de 2025, quando a família registrou um boletim de ocorrência. O corpo dele foi encontrado no dia seguinte, enrolado em panos, embaixo de uma ponte que passa pela Avenida Frimar e liga o bairro JK à rodovia TO-222.
O corpo foi retirado do local pelo Corpo de Bombeiros.
O que motivou o crime?
As investigações da Polícia Civil apontaram que a mulher tinha um relacionamento com o empresário, mas ele queria terminar e reduzir o valor de um auxílio que, supostamente, era pago a ela. Segundo a polícia, Rejane não concordou com a decisão da vítima e os dois iniciaram uma discussão sobre o valor do auxílio.
“O senhor José Paulo conheceu uma mulher e manteve um relacionamento extraconjugal. Eles tiveram um desentendimento. Eles tiveram uma discussão e depois uma luta. Ela conseguiu contê-lo e amarrá-lo. Ele acabou sendo estrangulado e, na sequência, foram feitos golpes com o uso de uma faca”, disse o delegado Adriano Carvalho em coletiva de imprensa.
Como o empresário foi morto?
Empresário José Paulo Couto foi assassinado em Araguaína
Reprodução/TV Anhanguera
Em depoimento, que a TV Anhanguera teve acesso, Rejane informou que estava com o empresário amarrado e foi buscar água para ele. Ela disse que viu a faca e decidiu matá-lo.
“Fui na cozinha, peguei água para ele e vi a faca. Aí falei assim ‘tá perdido mesmo pra mim. Vou terminar o que tinha pra fazer’, aí matei ele. Eu achava que matando ele ia desfazer do corpo e ninguém ia ficar sabendo. E ele saindo machucado, tinha a possibilidade de passar na polícia e falar que fui eu”, contou.
O laudo apontou que o empresário morreu de asfixia causada por estrangulamento. A polícia também constatou indícios de tortura, como fratura no punho esquerdo e cortes no pescoço do empresário. A ré também afirmou no depoimento que José Paulo achou que a faca seria usada para soltá-lo.
“Ele pensou que eu fosse libertar ele. ‘Corta, minha filha, essas cordas, eu te perdoo’. No lugar de cortar as cordas [com a faca] eu enfiei na garganta dele, calada. Nem falei que ia matar ele”, disse Rejane.
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O que aconteceu após a morte?
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As investigações apontaram que a suspeita pediu a uma terceira pessoa que retirasse o carro do empresário da casa dela. Uma câmera de segurança registrou o momento em que o veículo foi deixado em um terreno baldio na noite de 9 de julho.
O carro do empresário foi encontrado no dia 10 de julho, com a placa adulterada com fitas isolantes.
A ré contou em depoimento que se desfez das joias e do celular da vítima, além de ter chamado a própria irmã para ajudá-la a ocultar o corpo. O carro da irmã saiu da casa de Rejane na manhã do dia 10. Segundo os investigadores, possivelmente o corpo do empresário estava dentro do veículo.
Quando a suspeita foi presa?
Rejane foi presa no dia 12 de julho pela Polícia Civil, mas as informações só foram divulgadas no dia 16 durante coletiva de imprensa com o delegado Adriano Carvalho e o secretário da Secretaria de Segurança Pública, Bruno Azevedo.
Rejane Mendes está presa na delegacia de Ananás, no norte do Tocantins. Ela teve a prisão temporária convertida em preventiva no dia 8 de agosto de 2025 pelo juiz Kilber Correia Lopes, da 1ª Vara Criminal de Araguaína.
Ela também denunciada pela promotoria e virou ré por homicídio qualificado nesta segunda-feira (11).
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