Tarifaço ameaça renda de mais de 40 mil famílias produtoras de mel no Piauí: ‘sentimento é de incerteza’


Taxação do mel: exportador fala sobre a atual situação e avalia pacote do governo
Em entrevista à TV Clube, o presidente do Grupo Sama, Samuel Araújo, declarou que a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros ameaça a renda de mais de 40 mil famílias produtoras de mel no Piauí.
“Essa tarifa é realmente impeditiva, perversa e que inibe um setor importante. O mel para o Piauí não é o mais importante na balança comercial, em termos de número, mas é o mais inclusivo. Estamos falando de mais de 40 mil famílias. Sem sombra de dúvidas, o sentimento é de incerteza”, afirmou.
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“Nós somos uma cadeia muito sensível, a base dos nossos fornecedores são pessoas da agricultura familiar. Esse mercado tornou-se importante em termos de inclusão e para o Brasil exportar esse produto que é largamente consumido no mercado americano”, completou.
Conforme o empresário, o impacto ainda não atingiu diretamente os apicultores, mas sim as empresas.
“A gente está tentando reacomodar com os clientes. A gente tem discutido alternativas para que o apicultor não seja penalizado. É uma forma de o Estado compensar, mas precisamos que o Governo faça um fundo para amparar o apicultor, por enquanto, estamos fazendo contenções com a empresa”, disse.
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Fundado há 28 anos em Oeiras, a 282 km de Teresina, o Grupo Sama é responsável pela compra da produção de mais de 12 mil micro e pequenos produtores de mel do Nordeste, principalmente do Piauí, Ceará, Maranhão e Bahia.
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Compradores americanos de mel vão arcar com tarifa de 50% só até final do ano
Segundo o diretor da Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), Sitônio Dantas, foi firmado um acordo com clientes dos Estados Unidos e, até dezembro de 2025, eles irão arcar com a tarifa de 50%.
“Nós temos contratos com os nossos clientes norte-americanos até dezembro. Até lá, precisamos entregar cerca de 30 contêineres. Nós estamos correndo atrás dos produtores para cumprir os contratos, disse o empresário.
Com mais da metade das exportações destinadas aos Estados Unidos, agora, a Casa Apis também tenta firmar contratos com outros países.
“Não sabemos como a situação irá ficar depois de dezembro. Iremos tentar concentrar pelo menos 30% das nossas vendas em países da Europa. Alemanha, Bélgica, Holanda e outros já são nossos parceiros, mas vamos tentar aumentar os contratos. É um processo muito difícil mesmo, mas não impossível”, disse Sitônio.
Mel liderou ranking de exportações do Piauí para os Estados Unidos em 2024
Divulgação/SAF
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