O escândalo da subtração de pelo menos 1 bilhão de reais em esquema envolvendo homens da confiança do governador paulista de extrema-direita fertiliza série de outras indagações pertinentes sobre o flagrante de rapina em fácil multiplicação.Quantas “exceções” evidentes como esta serão necessárias para Tarcísio de Freitas concordar com o certeiro vaticínio legado por Nelson Rodrigues, ao analisar flagrantes de corrupção? “Por trás de todo paladino da moralidade, vive um canalha”.Atendendo ao perfil consagrado para “pessoas corretas”, barba muito bem feita e abotoadura da moda nos paletós, mais um grupo de “gravatinhas de Tarcísio” caiu graças ao trabalho profissional do Ministério Público de São Paulo.O esquema de furto envolvendo servidores da Secretaria de Estado da Fazenda e empresários implica admitir a hipótese de facilidade para agirem, sem descartar a escalada do dinheiro inicialmente surrupiado pelo bando.E se amealharam a fortuna, a fiança de R$ 25 milhões saiu como prêmio em total desproporção ao montante. E mais: os “empresários” foram soltos de tornozeleira eletrônica, sem terem convertida a prisão em preventiva.O auditor fiscal ficou detido, e outro colega cumpre preventiva, uma mensagem de impunidade aos espertos, destes tontos que juram amor à pátria e na primeira chance, agem na surdina, seguros de nada lhes ocorrer, devido ao fácil acesso ao erário, livres de vigia.O novo episódio envolvendo subordinados a Tarcísio, fã do presidente estadunidense e dos lesas-pátrias, supõe, por método indutivo, tratar-se de mais um entre muitos a serem descobertos – se houver interesse em investigação.Ocorre a sensação de o flagrante perfeito ter maior serventia para os piratas sofisticarem suas táticas de ludibrio, pois o governo de São Paulo, se vontade tivesse, determinaria maior rigidez nas apurações. Ao chefe de estado, resta tentar escapar da acusação de flacidez, admitindo uma das duas opções: intencionalidade ou incompetência.
Rapina multiplicada
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