
Momento do acidente que deixou duas mulheres mortas e outras pessoas feridas na BR-316
O Tribunal de Justiça do Piauí aceitou, nesta terça-feira (19), o recurso apresentado pelo Ministério Público (MPPI) contra uma decisão anterior da Justiça. O MP conseguiu que os réus Pedro Lopes, conhecido como Lokinho, e seu ex-companheiro Stanlley Gabryell, fossem julgados pelo Tribunal do Júri.
O recurso foi contra a decisão da juíza da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina, que havia desclassificado o crime de homicídio doloso para homicídio culposo na direção de veículo. O MPPI queria que os acusados fossem julgados por homicídio doloso e lesão corporal grave, com base na tese de dolo eventual — quando o autor assume o risco de matar. Assim, o caso será levado ao Tribunal do Júri.
⚖️ Qual é a diferença? O homicídio culposo acontece quando o acusado não tem a intenção de matar a vítima. Já o dolo eventual configura que o acusado assumiu o risco do ato cometido e suas prováveis consequências.
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A Justiça entendeu que os crimes foram comprovados por laudos periciais e que há indícios suficientes de que Stanlley e Pedro participaram do acidente. A decisão destacou que, nesta fase do processo, basta comprovar os indícios. A definição sobre dolo ou culpa será feita pelo Tribunal do Júri.
Desclassificar o crime para culposo agora seria tirar do Júri a responsabilidade de julgar o caso, conforme a 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí.
o g1 procurou a defesa dos réus, mas até a publicação dessa reportagem não teve uma resposta.
Relembre o caso
O acidente aconteceu em 6 de outubro de 2024, na BR-316, em Teresina. Segundo a denúncia, Stanlley Gabryell dirigia, em alta velocidade e sem habilitação, um carro de Pedro Lopes. Ele teria mudado de faixa de forma brusca, supostamente para assustar pedestres.
O impacto causou a morte de Kassandra de Sousa Oliveira, no local, e de Marly Ribeiro da Silva, no hospital. Duas menores também ficaram gravemente feridas.
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O Ministério Público afirmou que Stanlley assumiu o risco de matar e ferir, caracterizando dolo eventual. Pedro Lopes foi acusado de ser cúmplice por permitir que Stanlley dirigisse sem habilitação.
Testemunhas relataram que o carro estava em alta velocidade, em área iluminada e com pedestres, sem sinais de freada ou tentativa de desvio. As vítimas foram lançadas com força. Um laudo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que Stanlley dirigia e Pedro era passageiro.
O CASO:
Duas mulheres morrem e crianças ficam feridas após atropelamento; homem morre baleado
Quem são os envolvidos no acidente que matou duas mulheres e feriu crianças em Teresina
Quem são as vítimas do acidente?
As vítimas do acidente são Kassandra de Sousa Oliveira, de 36 anos, que morreu na BR-316, Zona Sul da capital, e Marly Ribeiro da Silva, de 40 anos, que faleceu em uma ambulância a caminho do Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
Além delas, duas filhas de Kassandra se feriram: Maria Suely Oliveira Rocha, que ficou internada durante mais de dois meses no HUT até receber alta em 9 de dezembro de 2024; e Maria Alice de Sousa Oliveira, que teve lesões leves.
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Após o atropelamento, houve também um tumulto no local do acidente e o mecânico Thiago Henrique do Nascimento, de 38 anos, que havia descido de seu veículo para tentar ajudar as vítimas, foi baleado e morto. A Justiça tornou réu um policial militar suspeito do assassinato.
Stanley Gabryell, à esq., e o influenciador Lokinho, à dir., são réus por acidente
Reprodução/Redes Sociais
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