Capacidade solar instalada no Brasil atinge 60 GW e já é a 2ª maior fonte na rede

A energia solar no Brasil atingiu 60 GW de capacidade instalada, consolidando-se como a segunda maior fonte conectada à rede nacional. O avanço ocorre em um cenário de diversificação da matriz e de expansão acelerada da geração limpa ao longo da última década.

Do total, 42,1 GW vêm de sistemas de pequeno e médio porte — telhados residenciais, comércios, indústrias, propriedades rurais e condomínios — enquanto 17,9 GW são de usinas fotovoltaicas de grande porte conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Na soma, a fonte já representa 23,5% da capacidade instalada do país.

Números-chave (atualizados)

  • Potência solar total: 60 GW

  • Geração distribuída (GD): 42,1 GW

  • Usinas centralizadas: 17,9 GW

  • Participação na matriz: 23,5%

  • Investimentos desde 2012: R$ 270 bilhões

  • Empregos gerados: 1,8 milhão (postos diretos e indiretos)

O que explica a aceleração

O salto da energia solar resulta de um conjunto de fatores:

  • Queda de custos dos módulos, inversores e estruturas de fixação, tornando projetos mais competitivos.

  • Escala industrial e cadeias de suprimentos mais maduras, com ganhos logísticos e de engenharia.

  • Ambiente regulatório que deu previsibilidade para a geração distribuída (marco regulatório específico) e para a expansão de usinas de grande porte.

  • Apetite de financiadores e linhas de crédito voltadas a projetos fotovoltaicos para consumidores e empresas.

  • Pressão ESG e metas de descarbonização em grandes companhias, que migraram para contratos de energia de fonte renovável.

Distribuição por porte e perfil de consumo

A geração distribuída continua sendo o grande motor da expansão — sobretudo em comércios e indústrias que buscam reduzir custos e volatilidade tarifária. No campo, propriedades rurais utilizam a solar para bombear água, resfriamento e eletrificação de operações, ganhando autonomia e previsibilidade de caixa. Em áreas urbanas, telhados residenciais ampliam a penetração da tecnologia e ajudam a desconcentrar a geração, aliviando parte das redes locais em horários de maior irradiação.

As usinas centralizadas, por sua vez, viabilizam contratos de longo prazo (PPAs) para distribuidoras e consumidores livres, ancorando novas plantas em regiões de alta irradiação do Nordeste e do Centro-Oeste, com ganhos de produtividade e fator de capacidade.

Impacto econômico e social

Desde 2012, a cadeia solar movimentou mais de R$ 270 bilhões em investimentos e gerou 1,8 milhão de empregos ao longo da engenharia, fabricação, logística, instalação, operação e manutenção. A difusão tecnológica elevou a produtividade de integradores locais, fomentou serviços de qualidade (projeto, homologação, pós-venda) e impulsionou a economia de energia para famílias e empresas — recurso que se converte em competitividade e renda disponível.

Gargalos que travam um crescimento ainda maior

Apesar do avanço, o setor ainda enfrenta entraves que encarecem projetos e atrasam ativações:

  • Compensação por cortes (curtailment): a ausência de mecanismos claros de compensação quando a injeção de energia é limitada reduz a previsibilidade de receita, especialmente em áreas com restrições de rede.

  • Conexão de pequenos sistemas: obstáculos técnicos e burocráticos — prazos longos de vistoria, exigências divergentes entre distribuidoras, indefinições sobre reforços e custos — penalizam consumidores e integradores, alongando paybacks.

  • Padronização e transparência: falta de procedimentos uniformes e de sistemas digitais integrados para acompanhar solicitações, pareceres de acesso e cronogramas de conexão.

  • Planejamento de rede: necessidade de investimentos em transmissão e distribuição, armazenamento e soluções de flexibilidade para absorver a geração intermitente com segurança.

Por que isso importa para o consumidor e para as empresas

  • Conta de luz sob controle: sistemas em telhados e fachadas reduzem a fatura e geram proteção contra aumentos tarifários.

  • Gestão de riscos: PPAs de longo prazo com usinas solares dão previsibilidade de custos para indústrias e grandes cargas.

  • Imagem e sustentabilidade: metas ESG, neutralidade de carbono e exigências de cadeias globais aceleram a adoção.

  • Valorização imobiliária: empreendimentos com geração própria tendem a ter melhor liquidez e atratividade.

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