Osvaldo Barreto (à esquerda) e Lívio Garcia (à direita), comandante e dono da embarcação Cavalo Marinho I, são condenados a 9 anos de prisão
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Agerba e CL Transportes condenadosAlém da condenação criminal, a Justiça Federal determinou que outros envolvidos indiretamente também tenham responsabilidade pelo crime e paguem R$ 50 mil de indenização a um passageiro de 34 anos que sofreu ferimentos leves nos joelhos e cotovelos. São eles: União; Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba);CL Transportes Marítimos Ltda., responsável pela embarcaçãoA decisão foi proferida em 3 de junho pelo juiz federal Carlos D’Ávila, da 13ª Vara Federal Cível. Para ele, houve falha de fiscalização por parte da Capitania dos Portos da Bahia, vinculada à Marinha, além de negligência da Agerba e da empresa.A sentença destacou que alterações na motorização da embarcação e a instalação de pedras na região da praça de máquinas ocorreram sem autorização da autoridade marítima, entre maio e junho de 2017. O magistrado também apontou irregularidades na distribuição dos passageiros e a realização da viagem em condições climáticas arriscadas.
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Relembre o naufrágioA Cavalo Marinho I saiu do terminal de Mar Grande, em Vera Cruz, na manhã de 24 de agosto de 2017 com 120 pessoas a bordo — sendo 116 passageiros e quatro tripulantes. A capacidade da lancha era de até 160 pessoas.O acidente aconteceu cerca de 15 minutos após a saída do barco do terminal. Entre as vítimas estavam três crianças, além de 59 feridos. Um ano depois, em 2018, outra pessoa morreu em decorrência de depressão e estresse pós-traumático causados pela tragédia.De acordo com o inquérito da Marinha, a embarcação tinha documentação em dia, mas apresentava falhas graves. Uma das principais foi a instalação de 400 quilos de lastro de concreto de forma irregular. Esses blocos foram colocados sem fixação adequada e deslizaram durante a travessia, comprometendo a estabilidade do barco.As investigações também identificaram que, após a modificação, não foi realizado o estudo obrigatório de estabilização, o que contribuiu para o naufrágio.