Pix “irrita Donald Trump e faz Europa sonhar”, diz Jornal francês

O sistema de pagamentos instantâneos Pix tem causado um alvoroço pelo mundo, e tornou-se capa do jornal econômico francês Les Echos. Em uma ampla reportagem publicada na última terça-feira, 19, o diário afirma que a ferramenta criada pelo Banco Central do Brasil (BCB), “irrita Donald Trump e faz a Europa sonhar”.O Pix mudou a realidade de milhares de brasileiros pela forma como se realizam as transações financeiras no cotidiano, muito utilizado para compras em lojas físicas e on-line, em transferências entre pessoas e até “divisão de contas para reembolsar os amigos”, como descreveu o jornal.O veículo francês apontou o serviço como um “sucesso fulgurante”, que destaca a simplicidade, gratuidade para pessoas físicas e ampla adesão popular.Sucesso do PixLançado em 2020, portanto acumulando cinco anos, o sistema alcançou 160 milhões de usuários, o equivalente a 75% da população brasileira. Além disso, o serviço também permitiu que cerca de 50 milhões de pessoas que nunca haviam utilizado serviços bancários realizassem sua primeira transferência digital.

Reportagem citou os impactos que o Pix gerou no mercado brasileiro

|  Foto: Bruno Peres Agência Brasil

“O impacto do Pix no mercado foi tão expressivo que abalou a hegemonia de gigantes como Mastercard e Visa no Brasil”, diz a reportagem. A popularização do sistema também levou a Meta a cancelar o lançamento do WhatsApp Payments no país, diante da forte concorrência.Incômodo dos Estados UnidosO sucesso do serviço brasileiro, causou um certo incômodo em Washington, a ponto do governo norte-americano abrir uma investigação sobre práticas comerciais brasileiras, sob a suspeita de que o Pix estaria prejudicando a competitividade de empresas americanas.

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O avanço do sistema é visto pela administração Trump como uma ameaça à presença de seus players no setor de pagamentos.EuropaJá no continente europeu, o desempenho do Pix desperta um interesse crescente na busca por alternativas para reduzir sua dependência de soluções estrangeiras.Iniciativas como o European Payments Initiative (EPI) e o Europa têm se inspirado no modelo brasileiro, enquanto o Banco Central Europeu aposta no euro digital como forma de reforçar a soberania financeira do bloco.

Investigação dos EUA contra o Pix tem como base a mesma norma usada por Trump, em 2018, para impor tarifas à China

|  Foto: Brendan SMIALOWSKI / AFP

A reportagem conclui que o Pix demonstrou a eficácia de um sistema de pagamentos instantâneos acessível e massivo, e por isso tem servido como referência para projetos semelhantes em desenvolvimento no continente europeu.Expansão em PortugalUma das maiores empresas de Portugal, a rede Continente, passou a aceitar o Pix em 18 lojas localizadas em Lisboa, Oeiras e Cascais. A medida sucede a testes conduzidos em Braga, cidade que concentra cerca de 20 mil brasileiros.O plano da empresa é estender a aceitação para todas as unidades no território português. De acordo com dados oficiais, a escolha do país está ligada à alta concentração de brasileiros residentes no país.O sistema já funciona no país europeu em redes de varejo e já aparece como alternativa consolidada em compras de supermercado.

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