Corrida pelo petróleo da Petrobras é uma má aposta para o Brasil, alerta relatório

Em junho de 2025, um relatório publicado pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD), em parceria com a World Benchmarking Alliance e o WWF-Brasil, alertou para os riscos econômicos e ambientais dos planos da Petrobras de ampliar sua produção de petróleo e gás.

A análise mostra que até 85% da extração prevista nos novos projetos da estatal não seria economicamente viável em um cenário de 1,5°C de aquecimento global, limite definido no Acordo de Paris. Segundo o estudo, esses projetos só dariam retorno financeiro em um mundo superaquecido, com aumento médio de temperatura de 2,4°C ou mais.

Investimentos bilionários e risco de perdas

A Petrobras anunciou que pretende investir US$ 97 bilhões entre 2025 e 2029 em exploração, produção, transporte e refino de petróleo e gás. Entretanto, apenas 15% do orçamento será destinado à descarbonização e diversificação para energia limpa.

O relatório calcula que a estatal corre o risco de acumular perdas entre US$ 13 bilhões e US$ 36 bilhões em ativos que poderão se tornar obsoletos diante da transição energética global.

Amazônia em foco e debate nacional

Um dos pontos de maior atenção é a exploração na foz da Bacia Amazônica, área ambientalmente sensível incluída no leilão realizado pelo governo em 17 de junho, que ofertou 47 blocos offshore. Especialistas alertam para os impactos sobre comunidades locais e sobre a biodiversidade da região.

De acordo com Ricardo Fujii, do WWF-Brasil, a Petrobras poderia reduzir riscos ao redirecionar investimentos para a transição energética, evitando danos irreversíveis.

Pressão popular por energia limpa

Pesquisas também apontam que a sociedade apoia essa mudança de rumo. Um levantamento realizado em 2024 pela Climainfo mostrou que 81% dos brasileiros acreditam que a Petrobras deve migrar imediatamente para energias renováveis, contra 19% que defendem a permanência no modelo fóssil.

Recomendações e futuro da Petrobras

O relatório defende que o governo brasileiro, como acionista majoritário da Petrobras, pode redefinir o rumo da companhia. Entre as medidas sugeridas estão:

  • Parar de emitir novas licenças de exploração e iniciar a eliminação gradual das existentes;

  • Revisar o mandato da Petrobras, adotando uma estratégia que maximize fluxos de caixa sem expandir exploração;

  • Ampliar investimentos em energia limpa, reduzindo o risco de ativos ociosos e reposicionando a estatal como líder na transição energética.

Energia limpa é a aposta mais segura”, conclui Olivier Bois von Kursk, do IISD.

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