“Aqui Não Entra Luz”, de Karol Maia, é selecionado para o 58º Festival de Brasília

Foto: Divulgação

O documentário “Aqui Não Entra Luz”, primeiro longa-metragem autoral da cineasta Karol Maia, foi selecionado para a mostra competitiva do 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O evento acontece de 12 a 20 de setembro. A exibição será no dia 17, às 21h, no Cine Brasília.

Histórias que nasceram de uma experiência pessoal

A obra surge de uma vivência íntima. Filha de uma ex-trabalhadora doméstica, Karol entrevista mulheres que exercem essa profissão.
Essas conversas revelam lembranças comoventes e relatos de violência e exploração. Apesar disso, também mostram a luta por direitos e a força da maternidade — um elemento essencial na vida da maioria delas.

Um filme sobre memória, espaços e segregação

Narrado em primeira pessoa, o documentário combina memórias pessoais com histórias colhidas em quatro estados: Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Todos eles foram grandes receptores de mão de obra escravizada no Brasil.
O título do filme faz referência à arquitetura da senzala e ao quarto de empregada. Esses espaços carregam marcas históricas de segregação e racismo que ainda se refletem no presente.

Aqui não entra Luz
Foto: Divulgação

A realidade das trabalhadoras domésticas hoje

Segundo o IBGE, existem cerca de 6 milhões de trabalhadores domésticos no Brasil. Porém, menos de um quarto tem carteira assinada.
Mesmo após a aprovação da PEC das Domésticas (2013) — que trouxe direitos como FGTS, seguro-desemprego e jornada limitada — a informalidade segue predominante. Isso mostra que a lei, sozinha, não é suficiente para garantir condições justas.

Produção coletiva e redes de apoio

O projeto começou com o incentivo do Rumos Itaú Cultural. Mais tarde, recebeu apoio da Lei Paulo Gustavo (MG) e do programa Histórias que Ficam – Fundação CSN. A realização do filme só foi possível graças a uma rede de apoiadores.
Além disso, uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Benfeitoria arrecadou recursos para a finalização. Parte dessa verba foi destinada a um fundo emergencial de apoio às trabalhadoras domésticas entrevistadas.

A cineasta por trás do projeto

Com 31 anos, Karol Maia estreia nos longas-metragens após dirigir projetos como “Helipa – Um Autorretrato” (Paramount), “Mães do Brasil 2” (TV Globo) e “Cartas Marcadas” (Warner Bros.).
A produção é do Apiário Estúdio Criativo, com coprodução da Surreal Hotel Arts e distribuição da Embaúba Filmes, responsável por títulos como Marte Um, Arábia e Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos.

Sinopse

Entre memórias pessoais e pesquisas históricas, uma cineasta, filha de uma trabalhadora doméstica, percorre quatro estados marcados pela escravidão.
Ao investigar como a arquitetura segregou corpos e sustentou hierarquias, ela encontra mulheres que resistem a esse legado e lutam para que suas filhas possam sonhar outros destinos.

 

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