Novo teste do SUS detecta câncer de colo do útero

O Ministério da Saúde passou a oferecer, no último dia 15 deste mês, via SUS (Sistema Único de Saúde), o teste de biologia molecular DNA-HPV, indicado para o rastreamento organizado do câncer de colo do útero. A tecnologia detecta 14 genótipos do HPV (papilomavírus humano), identificando a presença do vírus no organismo antes da ocorrência de lesões ou de câncer em estágios iniciais, mesmo em mulheres assintomáticas.Além de conferir maior sensibilidade diagnóstica, o teste reduz a necessidade de exames e intervenções desnecessárias, com intervalos maiores entre as coletas quando o resultado for negativo.

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Outra vantagem do teste, de acordo com o órgão, é o rastreamento equitativo e de alta performance, que permite alcançar mulheres em áreas remotas ou onde há menor oferta de serviços de saúde.ColetaProduzida pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a tecnologia vai substituir o exame citopatológico popularmente conhecido como papanicolau, que passará a ser realizado só para confirmação de casos em que o teste molecular der positivo. No teste de DNA, a coleta é similar à do papanicolau e envolve a secreção do colo do útero, portanto, a mulher ainda precisa passar por um exame ginecológico. No entanto, em vez de colocar a secreção em uma lâmina, ela é colocada em um tubo com líquido conservante, que vai para o laboratório, onde é feita a pesquisa do DNA do vírus.ImplementaçãoA incorporação do teste na rede pública, no início de 2024, passou pela avaliação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), que considerou a tecnologia mais precisa que a atualmente ofertada no SUS. A tecnologia, 100% nacional, será ofertada inicialmente nos seguintes Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e no Distrito Federal.Essas localidades, de acordo com o ministério, foram contempladas por contarem com serviços de referência para colposcopia e biópsia, assegurando fluxo assistencial completo para mulheres que apresentarem resultados alterados no teste. A implementação começa com um município em cada estado e será ampliada conforme a finalização da substituição do método. A meta é que, até dezembro de 2026, o rastreio esteja presente na rede pública em todo o território nacional, beneficiando 7 milhões de mulheres com idade de 25 a 64 anos todos os anos.HPVDe acordo com o ministério, o HPV é a principal causa do câncer do colo do útero, 3º tipo de câncer mais incidente em mulheres, com 17.000 novos casos estimados por ano no triênio 2023-2025. Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) indicam 15 casos da doença para cada grupo de 100 mil mulheres no Brasil. “Por isso, a oferta do novo modelo de rastreamento é considerada um marco para a saúde da mulher”, afirma o governo. O câncer do colo do útero, segundo o órgão, segue como o que mais mata mulheres no Nordeste brasileiro. No Brasil, são 20 mortes por dia, até 6 vezes mais que os casos de feminicidio em alguns Estados.TestagemRecomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), a testagem de HPV é considerada padrão ouro para a detecção de casos de câncer de colo de útero e integra as estratégias propostas pela entidade para a eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030.

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