
Tarauacá tem maior índice de famílias em risco de insegurança alimentar do Acre
O município de Tarauacá, no interior do Acre, tem o maior índice de insegurança alimentar do estado. Dos 6.399 domicílios avaliados, 2.616 estão em risco, o que representa 40,9% das famílias da cidade.
O dados foram constatados a partir de um questionário aplicado na atenção primária, chamado de “Triagem para Risco de Insegurança Alimentar”, usado para identificar famílias sem acesso regular e suficiente a alimentos nutritivos, e aplicado entre novembro de 2023 e maio de 2025.
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No total, o Acre registrou 10.733 domicílios em risco de insegurança alimentar, o equivalente a 11,2% dos 95.514 domicílios avaliados. (Veja a tabela completa mais abaixo)
A triagem considera a proporção de domicílios em risco em relação ao total de famílias de cada município.
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Segundo levantamento, Tarauacá tem alto índice de famílias em risco de segurança alimentar no Acre
Reprodução
Ainda segundo o estudo, nos domicílios avaliados em Tarauacá, a maioria dos moradores são menores de 18 anos. Entre as pessoas que responderam à TRIA, o maior número é de mulheres.
Sobre a raça ou cor, a maior parte se autodeclara parda, seguida por branca, preta, amarela e indígena.
Além de Tarauacá, outros índices elevados foram registrados em Marechal Thaumaturgo (25,1%), Mâncio Lima (22,7%), Santa Rosa do Purus (19,6%), Porto Walter (19,1%) e Porto Acre (18,2%).
Já os menores percentuais foram observados em Senador Guiomard (3,5%), Rio Branco (4,4%) e Sena Madureira (4,5%).
Risco de insegurança alimentar nos municípios do Acre
Norte e Nordeste
Em todo o Brasil, o levantamento já coletou dados de mais de 20,5 milhões de domicílios, dos quais cerca de 1,4 milhão estão em situação de risco de insegurança alimentar.
Além disso, os dados também dizem que as capitais do Nordeste e do Norte são as que concentram mais lares e famílias em situação de vulnerabilidade.
Na região Nordeste, por exemplo, o índice chega a 10,9% dos 8,6 milhões de domicílios analisados. Já na Região Norte, mais de 2,2 milhões de casas foram avaliadas e, dessas, aproximadamente 332 mil enfrentam algum nível de dificuldade para garantir alimentação adequada.
Além disso, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) define os níveis de insegurança alimentar:
Grave: quando pessoas ficam sem comida, podendo passar um ou mais dias sem se alimentar.
Moderada: quando há incerteza sobre a obtenção de alimentos, com necessidade de reduzir a qualidade e/ou quantidade do consumo.
Triagem
Segundo o Ministério da Saúde, a triagem permite identificar famílias que precisam de acompanhamento das equipes de saúde e encaminhamento para serviços sociais e políticas de segurança alimentar.
Entre os domicílios acreanos em risco, chama atenção o fato de que a maioria possui menores de 18 anos entre os moradores.
Um domicílio é considerado em risco quando pelo menos um morador adulto responde positivamente às perguntas da triagem. Nesses casos, as equipes de Atenção Primária à Saúde avaliam o estado nutricional da família, encaminham para serviços de proteção social e orientam políticas e programas voltados à segurança alimentar.
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