Com foco na transição energética e na descarbonização de um dos setores mais poluentes do planeta, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) realizou, em São Paulo, um evento estratégico preparatório para a COP30. A conferência reuniu representantes de empresas, governo e diplomatas para discutir soluções tecnológicas e modelos de cooperação internacional que posicionem o Brasil como protagonista na agenda climática global.
Cooperação internacional e papel da União Europeia
Um dos destaques foi a participação do cônsul-geral da Bélgica, que representou a visão da União Europeia sobre os desafios e oportunidades da transição energética brasileira. A diplomata reforçou o compromisso do bloco europeu com as negociações da COP30, que ocorrerá em 2025 em Belém (PA), e destacou a necessidade de alianças internacionais para impulsionar investimentos sustentáveis e acelerar a redução de emissões no setor de óleo e gás.
Petrobras apresenta rotas tecnológicas para a transição
A Petrobras também teve papel central nas discussões. Representando a estatal, a gerente executiva do Centro de Pesquisas (Cenpes), Lilian Barreto, apresentou os avanços da empresa no desenvolvimento de combustíveis do futuro e tecnologias de descarbonização do parque de refino. Ela ressaltou que a transição energética, na prática, trata-se de uma adição energética, na qual novas fontes se somam às existentes, que precisam ser aprimoradas para reduzir suas emissões.
“A tecnologia é um agente essencial para baratear tanto a produção de novas energias quanto as rotas de descarbonização do nosso core business”, afirmou Barreto.
Entre as soluções apresentadas estão a eletrificação de unidades industriais, térmicas de nova geração e processos de captura e armazenamento de carbono.
Atração de investimentos verdes
Outro ponto-chave do evento foi a discussão sobre como o Brasil pode atrair capital internacional para projetos que conciliem sustentabilidade e retorno financeiro. Segundo os organizadores, o país tem potencial para liderar a produção de energia limpa e o desenvolvimento de soluções de baixo carbono, mas depende de um ambiente regulatório estável e políticas públicas que incentivem a inovação.
O evento do IBP é parte dos esforços para consolidar uma agenda técnica e diplomática robusta até a realização da COP30, quando o Brasil estará no centro das atenções globais sobre o clima.
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