No dia 3 de setembro, a Galeria Mamute, em São Paulo, recebe a abertura da exposição “PELE”, primeira individual de Diana Motta no Brasil após mais de oito anos nos Estados Unidos. A mostra reúne 14 pinturas abstratas, incluindo duas séries completas produzidas entre 2023 e 2024 durante sua residência em Nova York e Chicago. A visitação vai até 20 de setembro.
A pele como portal para o sagrado
Os trabalhos de Diana investigam a pele não apenas como matéria, mas como interface entre o corpo e o espírito. Inspirada na Kabbalah — saber místico que estuda há 17 anos —, a artista estrutura suas obras em um campo de frequência. Nesse espaço, o gesto se transforma em linguagem etérea, buscando estados de expansão da consciência. Para Diana, a pele funciona como receptáculo da centelha divina, fragmento da luz inserida em cada um de nós.
Técnicas e inspirações
Diana utiliza diferentes técnicas para explorar a abstração espiritual. Muitas vezes, entrega-se a desenhos automáticos, como os da artista sueca Hilma af Klint, usando pastel seco e oleoso sobre papel. Na série “Anthropophagic Metamorphosis”, o gesto espontâneo cria obras de forte expressão mediúnica.
Outra técnica empregada é o soak-stain, mancha por imersão, eternizada por Helen Frankenthaler. Nela, a tinta a óleo é derramada sobre a tela deitada, penetrando nas fibras do tecido, como acontece em “Birth of the Moon”.
Na série “Deep Thought”, Diana combina materiais como bordado e caseína — técnica ancestral egípcia que usa proteína do leite como aglutinante para pigmentos minerais. O resultado é uma suavidade líquida que aproxima o espectador da experiência sensorial e espiritual da artista.
Arte, espiritualidade e transcendência
“O processo artístico de Diana acompanha o fluxo do propósito da Kabbalah: esvaziar-se, despindo-se do ego, para ser recipiente de luz. Sua batalha é confiar no mistério, ceder e retomar o controle, permitindo que a magia adentre”, comenta a curadora Marina Bortoluzzi.
A transcendência na obra de Diana não nega o corpo; pelo contrário, une libido e espiritualidade como forças criativas indissociáveis. A arte torna-se, assim, um portal de reconexão com a própria pele e com a centelha divina que habita cada um de nós.
Serviço
Exposição: PELE – Diana Motta
Curadoria: Marina Bortoluzzi
Abertura: 3 de setembro, das 18h às 21h
Visitação: 3 a 20 de setembro de 2025
Local: Galeria Mamute – Rua Brigadeiro Galvão, 990, Barra Funda, São Paulo
Entrada: gratuita
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