Imagens registradas por uma moradora de um prédio localizado na esquina da rua Sapucaí e a avenida Francisco Sales, no bairro Floresta, região Leste de Belo Horizonte, viralizaram nas redes sociais ao mostrar a grande quantidade de urina acumulada na porta e garagem do edifício. Em entrevista ao BHAZ, ela afirmou que isso acontece com frequência, causando mau cheiro, dificultando passeios com os cachorros e gerando preocupação com a transmissão de doenças.
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A professora Bruna Marinho de Oliveira, de 34 anos, mora no mesmo prédio há 25 anos e contou ao BHAZ que, por estar próximo ao Centro de Belo Horizonte, sempre via urina no local. No entanto, a situação teria piorado há cerca de oito anos, quando a rua Sapucaí deixou de abrigar lojas comerciais, como copiadoras, estúdios de tatuagem e cabeleireiros, para concentrar bares e restaurantes.
“A proposta era tornar a rua mais gastronômica. Isso aconteceu, mas com o tempo surgiram bares, e isso agravou o problema, porque não há banheiros suficientes. Muitos estabelecimentos só permitem o uso do banheiro para clientes. Além disso, às vezes as pessoas não querem esperar na fila, então acabam urinando nas proximidades, e um desses pontos acaba sendo a porta do meu prédio”, disse.
Segundo Bruna, há dois anos o síndico do edifício tenta resolver o problema, não somente registrando denúncias junto à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), mas também instalando sensores de holofotes para inibir que as pessoas urinem na porta do prédio. No entanto, a medida não surtiu efeito.
Veja os flagrantes:
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‘Banheiro a céu aberto’
A professora explicou que o acúmulo de urina aumenta principalmente nos fins de semana, sendo geralmente homens os responsáveis por urinar na porta do edifício. Além da calçada e das paredes, o líquido costuma escorrer pelo portão da garagem, formando poças no chão.
“Acho que elas não entendem os prejuízos que causam. Aqui, fica o cheiro de urina, não conseguimos passear com o cachorro porque ele pisa no chão sujo, e ainda há o risco de contaminação. A moça que limpa o prédio precisa limpar a garagem com urina, algo que não deveria ser responsabilidade dela, né?”, relatou.
Para Bruna, a “gota d’água” ocorreu na noite deste domingo (31), por volta das 19h30, quando ela retornou da farmácia e encontrou uma fila de pessoas para urinar na porta do prédio. Ela estava acompanhada da mãe, que tentou chamar a atenção, mas acabou sendo xingada.
A empresária ainda relatou que, ao sair de casa às 16h30, ela e a mãe presenciaram três homens urinando no canteiro central, próximo ao local em que haviam estacionado o carro. “Está virando um banheiro a céu aberto. No vídeo, dá para ver pessoas fazendo xixi enquanto eu gravo. Eles simplesmente ignoram”, reiterou.
Veja o vídeo:
@buh.olive DENÚNCIA: Meu prédio virou banheiro público e a prefeitura não faz NADA! #belohorizonte #sapucai #denuncia ♬ Crappy horror ambient – Mandycria
Além das tentativas do síndico do prédio, a mãe de Bruna foi até a PBH nesta segunda-feira (1º), mas, segundo a moradora, foi informada de que denúncias só podem ser feitas por e-mail ou carta. Bruna destaca que, além da conscientização, fiscalização e instalação de banheiros químicos são essenciais para atender à demanda. Ela ainda ressalta que, mesmo com um banheiro autolimpante a poucos metros do edifício, a situação não é resolvida, já que a instalação “sempre está em manutenção”.
“Durante a Festa da Luz, foram colocados vários banheiros químicos aqui na Francisco Sales, em frente ao meu prédio. Eram muitos. Mesmo assim, minha vizinha do primeiro andar viu um homem urinando embaixo da janela dela e chegou a ver suas partes íntimas. Quando ela reclamou, dizendo que o banheiro estava em frente, ele ainda discutiu com ela. Por isso, não basta instalar os banheiros; eles precisam estar em condições adequadas para uso”, finalizou.
Veja registros das câmeras de segurança:
Em nota, a PBH informou, por meio da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), que o local é varrido três vezes por semana. A lavação de vias ocorre duas vezes por semana. Já o banheiro autolimpante foi monitorado nesta segunda-feira (1º) e estava em pleno funcionamento. “Ressaltamos que o banheiro conta com adesivos contendo número de telefone e QR Code para acionamento da manutenção”, escreveu.
Além disso, a Guarda Civil Municipal não foi acionada para ocorrência no local.
Veja a nota da PBH na íntegra
A Secretaria Municipal de Política Urbana informa que a autorização para a realização de eventos em logradouro público estabelece ser de responsabilidade do promotor a limpeza completa do espaço licenciado, incluindo os logradouros do entorno, imediatamente após o encerramento do evento. O descumprimento dessa obrigação poderá resultar em autuação por ato lesivo à conservação da limpeza urbana, nos termos da Lei n.º 10.534, de 2012, conforme previsto no termo de responsabilidade assinado.
A limpeza deve abranger a coleta adequada, o manuseio, a retirada e a destinação final dos resíduos gerados durante o evento.
O Decreto n.º 18.590/2023, em seu art. 52, também atribui ao promotor a responsabilidade pela limpeza, que deve contemplar todo o perímetro do evento, bem como as vias do entorno, incluindo a gestão dos resíduos sólidos e efluentes líquidos gerados.
O promotor do evento é ainda responsável pela limpeza durante as etapas de montagem, realização e desmontagem do evento.
O cidadão pode registrar denúncias relacionadas ao descumprimento dessas regras no Portal de Serviços da PBH, no PBH APP ou pelo telefone 156 (Serviço: Feiras, Eventos, Circos e Parques de Diversão – Fiscalização).
Link: https://servicos.pbh.gov.br/servicos+feiras-eventos-circos-e-parques-de-diversao-fiscalizacao+5e70d6eeea9b0e547cf58733
Sobre o banheiro autolimpante, o banheiro foi monitorado nesta segunda-feira (1º) e estava em pleno funcionamento. Ressaltamos que o banheiro conta com adesivos contendo número de telefone e QR Code para acionamento da manutenção.
A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) informa que o local é varrido três vezes por semana. A lavação de vias ocorre duas vezes por semana.
A Guarda Civil Municipal informa que não houve acionamento para ocorrência no local.
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