A recente escalada de tensões entre o ex-presidente Donald Trump e Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), gerou uma reação imediata nos mercados globais. As ameaças públicas de Trump de demitir Powell caso o Fed continue com sua política de juros elevados resultaram em uma queda acentuada nas bolsas de valores de Nova York e um enfraquecimento do dólar frente às moedas mais fortes do mundo.
O Conflito Político-Econômico
Desde a última quinta-feira, quando Jerome Powell indicou que o Fed poderia manter os juros elevados por mais tempo para controlar a inflação, a reação de Trump foi dura. O ex-presidente criticou Powell por sua gestão e sugeriu que, se necessário, demitiria o atual presidente do Fed para adotar uma política monetária mais favorável à sua agenda econômica. Essa postura levanta sérias questões sobre a independência do Banco Central dos EUA, algo fundamental para a estabilidade dos mercados.
Historicamente, a interferência política na política monetária, como aconteceu nos anos 70 nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil durante o governo Dilma Rousseff, tem levado a crises econômicas e aumento da inflação. O mercado, por sua vez, respondeu a essas ameaças com uma forte volatilidade, refletida na queda de 2,36% das principais bolsas americanas na segunda-feira. Essa foi a maior queda desde a Grande Depressão.
O Impacto no Dólar e nos Mercados Globais
O dólar, tradicionalmente considerado um porto seguro durante momentos de incerteza, também sentiu os efeitos dessa tensão política. Desde o dia 2 de abril, o índice DXY, que mede o valor do dólar frente a outras moedas, caiu abaixo do nível crítico de 100, atingindo sua menor marca em meses. Esse enfraquecimento do dólar gerou ondas de incerteza nos mercados internacionais, com investidores buscando segurança em outras divisas e ativos.
Na Ásia, os mercados reagiram de forma mista, com algumas bolsas subindo ligeiramente, enquanto outras, como Tóquio, apresentaram quedas modestas. O impacto foi sentido também na Europa, onde as bolsas operaram sem uma direção clara. A incerteza econômica se espalhou, gerando preocupação sobre o futuro dos investimentos e o potencial enfraquecimento do sistema financeiro global.
O Futuro do Federal Reserve e a Sucessão de Powell
Caso Trump consiga efetivar sua ameaça de demitir Powell, uma sucessão no Fed terá implicações significativas para os mercados. A nomeação de Powell para o cargo expira em maio de 2026, mas já começam a surgir especulações sobre quem poderia substituir o atual presidente. O nome mais cotado seria Kevin Warsh, ex-diretor do Fed e aliado de Trump, conhecido por suas posturas mais favoráveis a cortes rápidos nas taxas de juros.
A possível saída de Powell geraria um abalo ainda maior na credibilidade do Fed e, consequentemente, na estabilidade econômica dos EUA. Um dos principais pontos de contenda entre Trump e Powell é a política de juros elevados, adotada pelo Fed para controlar a inflação, que está ligeiramente acima da meta de 2%. Trump, por sua vez, defende cortes mais agressivos para estimular a economia, especialmente em um momento em que a inflação parece estar sob controle.
O Preço do Conflito
O embate entre Trump e o Fed também trouxe à tona o dilema enfrentado por outras economias globais. Com a crise de credibilidade nos EUA, investidores estão cada vez mais preocupados com as consequências dessa turbulência política para os mercados financeiros e para a economia global como um todo. A crise política nos EUA pode ser um sinal de que os problemas econômicos podem se intensificar nos próximos meses, gerando maiores desafios para os investidores e para as autoridades monetárias internacionais.
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