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Além da competição, o concurso também carrega um recado importante sobre o papel da cultura pop na formação de leitores. Kiki chamou atenção para o preconceito que ainda existe com os quadrinhos e reforçou sua importância no cenário literário.“Tem muita gente que não considera quadrinho literatura, mas é uma porta de entrada muito importante para muitas pessoas iniciarem a sua jornada na leitura. E a gente poder trazer personagens desses universos literários, eu acho que agrega muito para a feira”, afirma.
A jurada e produtora cultural Kiki Bélico
| Foto: Jaísa Almeida | Ag. A TARDE
Uma das participantes que encarou o desafio foi a residente de enfermagem Camile de Almeida. Vestida como Sakura, do anime Sakura Card Captor, ela revelou que o cosplay, além de representar uma memória afetiva, também marcou um processo pessoal de superação.“É um dos meus animes favoritos da minha infância. Fez parte da infância de várias crianças. Me sinto representada pela personagem”, diz.Ela contou ainda que essa foi sua primeira experiência com costura e cosplay. “Eu queria um desafio, porque eu nunca tinha costurado. Foi o meu primeiro cosplay que eu fiz, e minha primeira costura também. Eu pensei em um personagem que eu pudesse competir e que também me agradasse, que quando eu subisse no palco eu pudesse viver essa experiência”, destaca.Literatura nacional ganha vida
Camile de Almeida foi vestida como Sakura
| Foto: Jaísa Almeida | Ag. A TARDE
Mas nem só de personagens orientais vive o mundo do cosplay. Representando a literatura nacional, o participante David Aquino decidiu levar para o palco um clássico brasileiro: o Menino Maluquinho, do cartunista e escritor Ziraldo. Ele relata que a escolha teve a ver com o sentimento de pertencimento à Flipelô.“A Flipelô é a cara do Brasil, então quis trazer um personagem que fizesse sentido nesse contexto. Seja mangá, quadrinho ou livro, o importante é representar as nossas obras de alguma forma”, afirma.Para David, a escolha do personagem é também um resgate afetivo. “O Menino Maluquinho me lembra muito a minha infância. Eu cresci vendo e ouvindo ele com aquele jeitinho bagunceiro, e me enxergava ali. Trazer isso pra cá é como voltar no tempo e mostrar que os personagens brasileiros também marcam gerações”, completa.*Sob supervisão de Bianca Carneiro