Queda do petróleo pressiona Petrobras e ameaça dividendos extraordinários

O mercado internacional de petróleo entrou em uma espiral de queda nas últimas semanas, trazendo sérias implicações para os investidores da Petrobras (PETR4) e de outras companhias do setor. Com o barril do Brent oscilando abaixo dos US$ 70 e acumulando perdas de mais de 13% após uma breve recuperação, cresce o receio de que os dividendos extraordinários da estatal possam ser comprometidos em 2025.

Produção em alta agrava o cenário de baixa

A principal causa do recuo nos preços é o movimento surpreendente da OPEP+, liderada pela Arábia Saudita, que decidiu aumentar a produção em mais de 400 mil barris por dia — um gesto contrário ao esperado corte para conter a queda nos preços. Essa estratégia de oferta elevada, combinada com uma demanda constante, gera um desequilíbrio que pressiona o preço da commodity.

Segundo especialistas, essa pode ser uma jogada geopolítica para forçar a saída de concorrentes com custos mais altos de extração, fortalecendo a participação de países com “lifting cost” mais baixo — como é o caso dos grandes produtores árabes.

Impacto direto na Petrobras

A Petrobras, por operar com um dos menores custos de extração do mundo, ainda possui alguma resiliência frente à queda do petróleo. No entanto, mesmo com essa vantagem, a estatal já acumula uma desvalorização de mais de 20% desde o início de abril, refletindo o pessimismo do mercado. No pré-mercado americano, as ADRs da companhia já indicavam nova queda.

A queda na commodity pressiona a geração de caixa da Petrobras, afetando diretamente sua política de remuneração aos acionistas. Embora a empresa tenha espaço para resistir no curto prazo, analistas alertam para a possibilidade de redução — ou até suspensão — dos dividendos extraordinários em 2025, o que pode frustrar expectativas de investidores focados em renda passiva.

Risco maior para empresas menores do setor

Enquanto a Petrobras ainda consegue absorver parte do impacto, outras empresas brasileiras do setor de petróleo, como a Brava Energia e a PetroRecôncavo, enfrentam riscos ainda mais elevados. Isso porque possuem estrutura mais alavancada e custos operacionais mais altos, tornando-se mais vulneráveis a um cenário de petróleo barato por tempo prolongado.

Estratégias para investidores

Diante do cenário incerto, analistas recomendam cautela. A estratégia mais indicada tem sido o aporte gradual, sem concentrar excessivamente a carteira em empresas do setor de petróleo neste momento. O investidor deve considerar o novo patamar de preços do petróleo e ajustar suas expectativas de dividendos, especialmente para 2025.

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