A inflação dos Estados Unidos medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI) veio abaixo do esperado em abril, reforçando a expectativa de que o Federal Reserve poderá cortar os juros ainda neste ano. O dado, divulgado nesta quarta-feira (13), foi bem recebido pelos investidores, que reagiram com otimismo. O Bitcoin (BTC), principal criptomoeda do mercado, chegou a se aproximar dos US$ 105 mil após o anúncio.
Dados do CPI animam os mercados
Segundo os dados oficiais, o CPI geral teve alta mensal de 0,2%, abaixo da projeção de 0,3%. Na comparação anual, o índice subiu 2,3%, frente à expectativa de 2,4%. Já o núcleo do CPI (core CPI), que exclui os preços mais voláteis de alimentos e energia, avançou 0,2% em abril, alinhado com as expectativas. Em base anual, subiu 2,8%.
O alívio inflacionário aumenta as chances de o Federal Reserve reduzir os juros ainda em 2025, o que favorece ativos de risco como ações e criptomoedas.
“Inflação abaixo do esperado é o que o mercado queria. O dado reforça o cenário de retomada do apetite por risco, o que impulsiona o Bitcoin e outros criptoativos”, comentou o analista Bernardo Pascowitch durante live no YouTube.
Bitcoin tenta retomar força e mira novos recordes
O Bitcoin respondeu rapidamente aos dados. Apesar da oscilação inicial, a criptomoeda voltou a subir e consolidou-se na faixa dos US$ 103 mil a US$ 104 mil, com projeções de retomada da tendência de alta.
Analisando os gráficos, Pascowitch destacou que o BTC chegou a subir 41% nas semanas anteriores e, mesmo com uma queda de 4% nos últimos dias, mantém tendência positiva. Ele aponta como regiões de compra mais atrativas os níveis entre US$ 93.699 e US$ 86.534, que correspondem a uma retração de Fibonacci saudável após o último rali.
Além disso, indicadores técnicos como o MACD semanal cruzaram para cima, sinalizando força compradora e indicando que “a maior probabilidade é a continuação da alta”, segundo o analista.
Sinais gráficos apontam para possível rompimento histórico
O Bitcoin está próximo da região de forte resistência dos US$ 109 mil, considerada crítica por já ter sido testada diversas vezes entre dezembro e maio. Caso essa faixa seja rompida, as projeções apontam para uma possível escalada até os US$ 140 mil ou US$ 150 mil.
Pascowitch destaca que o ativo está dentro de um canal de alta desde a mínima de US$ 74 mil e pode continuar respeitando essa estrutura, com topos e fundos ascendentes. No caso de uma ruptura explosiva do canal atual, o preço pode até mesmo projetar um segundo canal, com alvo entre US$ 180 mil e US$ 200 mil.
Ganância volta ao mercado
Outro dado que reforça o otimismo é o “índice de medo e ganância” (Fear & Greed Index), que voltou ao patamar de 70 após ter registrado 10 há poucas semanas — o menor nível desde 2022. Isso indica uma mudança brusca de sentimento do mercado, agora dominado pelo otimismo.
Além disso, dados de liquidez mostram que grande parte das ordens estão concentradas na parte superior do gráfico, com forte presença entre US$ 106 mil e US$ 107 mil. Isso reforça a tese de que o mercado tende a buscar essas regiões nas próximas movimentações.
Impacto das tensões comerciais e trégua EUA-China
O alívio inflacionário também vem em um momento de trégua comercial entre Estados Unidos e China. As duas potências concordaram em reduzir tarifas recíprocas por 90 dias, medida que foi vista como positiva pelo mercado e pode contribuir para um ambiente mais favorável ao crescimento global e à valorização de ativos.
A notícia, somada à possibilidade de corte de juros, ajudou a impulsionar também o S&P 500, que disparou após a divulgação dos dados, enquanto o dólar recuava.
A divulgação de uma inflação americana abaixo do esperado em abril serviu como catalisador para a retomada do apetite por risco nos mercados. O Bitcoin, favorecido por esse cenário e por sinais técnicos de força, tem espaço para buscar novas máximas históricas. O mercado agora acompanha com atenção os próximos movimentos do Fed e os desdobramentos das tensões comerciais, que poderão definir os rumos dos ativos digitais nas próximas semanas.
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