Petrobras adota austeridade com petróleo em queda e Ibovespa atinge novo recorde

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira (13) que a empresa está adotando um plano rigoroso de controle de custos para enfrentar a nova realidade do mercado internacional de petróleo, cujos preços recuaram para a faixa de US$ 65 o barril — uma queda de aproximadamente 20% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A declaração foi feita durante participação no programa CNN Mercado, e ocorre em um momento em que o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, rompeu sua máxima histórica, atingindo 138.991 pontos e fechando com alta de 1,42%, aos 138.500 pontos.

Foco em austeridade e simplificação

Segundo Chambriard, o cenário de queda dos preços do petróleo impõe desafios relevantes para a Petrobras, exigindo medidas firmes de austeridade e eficiência. A executiva indicou que os próximos passos da empresa envolverão simplificação de projetos, revisão de investimentos operacionais e corte de custos.

“Vamos falar com frequência de palavras como austeridade, simplificação e eficiência”, destacou Magda. Ela também tranquilizou os acionistas, afirmando que a companhia está comprometida em manter rentabilidade e sustentabilidade financeira, mesmo com a volatilidade das commodities no mercado internacional.

A fala surge após semanas de pressão sobre os papéis da estatal, que vinham sofrendo com a queda no preço do petróleo Brent e incertezas políticas. A nova diretriz da gestão reforça o compromisso com responsabilidade fiscal e alinhamento estratégico diante do novo patamar de preços.

Ibovespa em alta e real valorizado

Enquanto a Petrobras anuncia contenção, o mercado financeiro brasileiro segue em clima de otimismo. O Ibovespa renovou seu recorde histórico, impulsionado não apenas pela valorização das ações da própria Petrobras, mas também por empresas como a Natura, que surpreendeu positivamente com seus resultados trimestrais.

Outro destaque foi o desempenho da moeda brasileira. O real teve valorização expressiva e se tornou a moeda de melhor performance global do dia, com o dólar recuando mais de 1% e sendo cotado a R$ 5,60. Esse movimento foi apoiado pela percepção de que o Brasil está em posição relativamente favorável frente às economias centrais.

Copom sinaliza juros altos por mais tempo

O Banco Central também influenciou o humor positivo do mercado ao divulgar a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), em que reconheceu a necessidade de manter os juros em níveis elevados por mais tempo. A autoridade monetária, no entanto, reafirmou que a política monetária atual está surtindo efeito no combate à inflação — o que aliviou temores de deterioração da economia doméstica.

A postura do Copom somou-se à divulgação de dados de inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos, o que impulsionou o apetite ao risco globalmente e favoreceu os mercados emergentes.

Brasil e China avançam em acordos comerciais

Paralelamente, o governo brasileiro firmou novos acordos com a China, autorizando a exportação de cinco novos produtos para o país asiático. Entre eles estão carne de pato, carne de peru, miúdos de frango, grãos e farelo de amendoim.

A ampliação da pauta exportadora é vista como um trunfo para a balança comercial brasileira, especialmente diante de um cenário em que o agronegócio tem sido o grande motor das exportações.

Segundo dados apresentados no programa, apenas em 2024, a China já importou US$ 155 milhões em miúdos de frango e US$ 50 milhões em carne de peru do Brasil. A liberação desses novos produtos reforça o vínculo comercial entre os dois países e pode beneficiar diretamente produtores nacionais.

A combinação de uma Petrobras mais austera, um real fortalecido, um Ibovespa em alta e avanços diplomáticos na Ásia consolida um dia positivo para o mercado financeiro brasileiro. Embora o preço do petróleo traga preocupações para o caixa da estatal, o reposicionamento estratégico da empresa, aliado ao bom humor global, reforça a resiliência dos ativos brasileiros no curto prazo.

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