O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o pregão desta quinta-feira (15) com alta de 0,66%, atingindo 139.344 pontos — o maior nível da história do indicador. O avanço foi impulsionado por dados econômicos positivos do varejo nacional e indicadores nos Estados Unidos que reforçam o cenário de possível corte de juros.
Enquanto o mercado acionário brasileiro comemorava o novo patamar, o dólar também teve um dia de valorização. A moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 0,83%, cotada a R$ 5,67. O movimento reflete a reação dos investidores a números mistos do mercado de trabalho e da inflação nos EUA.
Varejo brasileiro atinge melhor marca histórica
Um dos destaques do cenário doméstico foi o crescimento nas vendas do comércio varejista em março. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor registrou expansão de 0,8%, atingindo o maior patamar da série histórica. O resultado mostra resiliência do consumo, mesmo diante de juros elevados e inflação pressionando a renda das famílias.
Esse desempenho fortaleceu o humor do mercado, ao sugerir uma atividade econômica mais robusta do que o esperado, o que pode afetar decisões futuras sobre política monetária no país.
Indicadores dos EUA influenciam mercados globais
No cenário internacional, os dados divulgados nesta quinta-feira nos Estados Unidos também impactaram o mercado. O número de pedidos de seguro-desemprego permaneceu estável, enquanto o índice de preços ao produtor apresentou deflação. Os dois fatores alimentaram expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa manter ou até reduzir os juros em reuniões futuras.
A estabilidade da produção industrial americana também foi monitorada de perto, reforçando a percepção de que a economia dos EUA está desacelerando de forma controlada, o que pode abrir espaço para políticas monetárias mais brandas.
Dólar em alta: reflexo do cenário externo
A valorização do dólar, que fechou a R$ 5,67, reflete tanto o fortalecimento global da moeda americana quanto o fluxo de saída de capital de países emergentes. Mesmo com o otimismo interno, a percepção de risco em relação a países como o Brasil ainda é elevada por parte de investidores estrangeiros, principalmente diante da incerteza sobre a condução da política fiscal do governo federal.
Reações do mercado e perspectivas
Com o novo recorde, o Ibovespa acumula uma valorização expressiva no mês, refletindo a combinação de fatores locais e externos. Entre os destaques do pregão estão ações de empresas ligadas ao consumo e ao setor financeiro, que se beneficiam do bom desempenho do varejo e de expectativas de estabilidade econômica.
Analistas apontam que, caso o cenário internacional siga favorável e o Brasil consiga manter dados positivos de atividade, o índice pode romper novas resistências e alcançar os 140 mil pontos nas próximas semanas.
Contudo, os riscos permanecem no radar: a política fiscal brasileira, o ritmo de crescimento da economia chinesa — que afeta exportações —, e possíveis turbulências políticas podem limitar o apetite dos investidores no curto prazo.
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