Infracommerce (IFCM3) reduz despesas, melhora margens e reestrutura dívida no 1T25

A Infracommerce (IFCM3), empresa de soluções digitais para e-commerce, apresentou os resultados do primeiro trimestre de 2025 com sinais claros de reestruturação e melhora operacional. Após um histórico de turbulências, a companhia conseguiu reduzir despesas, melhorar margens e renegociar dívidas, embora os resultados ainda apontem desafios relevantes no curto prazo.

Reestruturação financeira avança: dívida praticamente zerada

Um dos principais destaques foi a reestruturação do endividamento. A empresa encerrou o trimestre com uma dívida líquida total de R$ 711,4 milhões, mas grande parte desse montante já está atrelada a acordos de capitalização e reestruturação com vencimentos futuros, especialmente até 2030. Segundo a administração, após a conclusão desses processos, a dívida real remanescente será de apenas R$ 15,2 milhões.

Além disso, a posição de caixa da empresa caiu para R$ 87,2 milhões, refletindo o consumo de recursos devido à reestruturação operacional, mas sem comprometer a solvência no curto prazo.

Redução de custos e despesas operacionais

A Infracommerce reduziu em 30,5% suas despesas totais na comparação anual e em 36,6% frente ao último trimestre de 2024. Entre os cortes, destacam-se a diminuição de 44% nas despesas comerciais e administrativas e de 19,2% no custo dos serviços prestados. Essa estratégia resultou em uma operação mais enxuta e eficiente.

Margens e lucro bruto melhoram, apesar da queda na receita

A empresa reportou receita líquida de R$ 184,6 milhões, com queda de 6,8% na comparação anual e de 44,3% no trimestre. Essa retração foi causada, sobretudo, pela perda de clientes estratégicos, impactando diretamente o TPV (volume total de transações), que caiu 47,1% no ano.

Apesar disso, o lucro bruto aumentou 53,7% na base anual, alcançando R$ 52 milhões, com margem bruta de 28,1%. O Ebitda ajustado, antes negativo em R$ 51,3 milhões, foi revertido para R$ 1,3 milhão positivo — avanço significativo, embora ainda modesto diante do potencial do negócio.

Primeiro trimestre positivo desde o IPO

A empresa comemorou o primeiro trimestre operacionalmente positivo desde sua abertura de capital. Com presença em nove países da América Latina e mais de 2 mil “infras” (unidades operacionais), a companhia afirma ter finalizado a fase mais crítica do plano de reestruturação, com foco no Brasil — mercado que agora se tornou o pilar do ecossistema.

Segundo o relatório, a Infracommerce concluiu, em seis meses, as etapas de estabilização no Brasil, retomada do crescimento e reconquista da eficiência operacional. A meta agora é iniciar uma nova fase de expansão, sustentada em disciplina e execução.

Perspectivas: otimismo cauteloso

Apesar das melhorias, a administração ressalta que o cenário não será revertido de forma imediata. As ações da Infracommerce ainda enfrentam o risco de grupamento, especialmente após o aumento de capital com emissão massiva de novas ações.

Para investidores, o alerta é claro: quem busca retorno de curto prazo pode se frustrar. A recuperação da companhia, embora em andamento, ainda depende da consistência dos resultados e da reconquista da lucratividade.

Estratégia de longo prazo e foco no digital

A Infracommerce atua como parceira estratégica de empresas que buscam soluções digitais escaláveis para modelos B2B e B2C, com foco em plataformas robustas de e-commerce. A companhia se posiciona como especialista na digitalização da cadeia de valor na América Latina.

A administração reforça que a nova Infracommerce tem visão clara de futuro, entende os desafios do digital na região e busca liderar esse mercado com foco em eficiência, resultados e crescimento sustentável.

O post Infracommerce (IFCM3) reduz despesas, melhora margens e reestrutura dívida no 1T25 apareceu primeiro em O Petróleo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.