O fundo imobiliário TRXF11, gerido pela TRX Gestora, anunciou uma nova emissão de cotas com foco em levantar até R$ 1 bilhão para reforçar seu caixa e expandir seu portfólio. A movimentação ocorre em meio a questionamentos dos cotistas sobre o impacto da operação nos rendimentos de junho, mas a gestora garantiu que não haverá diluição no pagamento do final do semestre, estimado em R$ 1,50 por cota.
Emissão estratégica será concluída após junho
Um dos pontos mais relevantes da operação é o cronograma. A liquidação das sobras da oferta está prevista para o dia 5 de junho, mas as novas cotas só poderão ser convertidas efetivamente em julho. Isso significa que os investidores que aderirem à emissão não terão direito aos proventos de junho, mantendo intacta a “porrada” de final de semestre para os cotistas atuais.
A emissão também prevê o pagamento pró-rata de apenas oito dias para quem entrar via preferência, o que reduz o impacto imediato nos resultados financeiros do fundo.
Captação bilionária com pagamento em cotas
A oferta é ambiciosa. Do total de R$ 1 bilhão pretendido, R$ 750 milhões poderão ser pagos em cotas, permitindo ao fundo adquirir novos imóveis sem comprometer imediatamente seu caixa. Essa estrutura favorece o equilíbrio financeiro e ajuda na redução do nível de alavancagem, uma das críticas recorrentes ao TRXF11.
Além disso, a venda recente de um imóvel do portfólio por R$ 31 milhões – sendo R$ 5 milhões de lucro – reforça a estratégia de reciclagem de ativos para geração de valor.
Gestão defende participação dos cotistas
Apesar de algumas críticas à nova captação, especialmente de cotistas que participaram de emissões passadas com valores mais altos (como a R$ 110), a gestora tem defendido a participação ativa dos investidores. Segundo ela, os benefícios de um fundo alavancado – como dividendos maiores – vêm acompanhados da responsabilidade de apoiar o fundo em momentos estratégicos.
O gestor ainda reforça que, ao contrário do que muitos pensam, a gestão não sofre diretamente com quedas no valor de mercado do fundo. Enquanto a taxa de administração segue sendo cobrada, é o cotista quem arca com os prejuízos em caso de má performance, como já ocorreu com fundos como XPPR11.
Expectativa de rendimentos segue entre R$ 0,90 e R$ 0,93
A distribuição mensal de rendimentos do TRXF11 segue firme, com pagamento de R$ 0,93 por cota no último mês. A expectativa da gestora é manter esse patamar até o fim do semestre, mesmo diante das movimentações da nova oferta. O G.A.S. (guia de distribuição) também projeta rendimentos estáveis, reforçando a confiança do mercado.
A liquidez do fundo segue robusta, com mais de 74 mil cotistas e um portfólio que inclui contratos atípicos e exposição a ativos como o Hospital Albert Einstein — alvo de críticas, mas também de expectativa quanto ao retorno de longo prazo.
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