STF torna réus mais dez denunciados por tentativa de golpe

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade, nesta terça-feira, 20, tornar réus mais dez denunciados (Núcleo três) pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por participação na trama que tinha como objetivo a execução de um golpe de Estado.Relator do caso na Corte, o ministro Alexandre de Moraes votou pelo acolhimento parcial da denúncia, justificando a ausiência de elementos suficientes para tornar réus o coronel da reserva Cleverson Magalhães e o general Nilson Diniz Rodrigues. A posição do magistrado foi seguida pelos demais integrantes da Primeira Turma.“Não só no Brasil, mas no resto do mundo, a história mostra que a subversão hierárquica é característica de golpes. E aqui se iniciou a subversão quando o comandante chefe das forças armadas ignora o comandante do exército e chama um oficial subalterno”, afirmou o ministro ao votar.

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Ataque à democraciaAinda durante o voto, Alexandre de Moraes citou o que ele chama de “populismo extremista digital”, e afirmou que grupos atuam de maneira orquestrada com ataques às instituições democráticas.”Esse populismo extremista digital, não só no Brasil, essa extrema direita que não acredita na democracia, aprendeu que atacar diretamente a democracia não dá ibope. Então, não se ataca a democracia, se ataca os instrumentos. ‘Olha, eu sou a favor da democracia, mas houve tanta fraude que nós temos que dar um golpe para restabelecer a democracia’. Isso foi feito na Hungria, esse foi feito na Polônia, esse discurso foi feito lá atrás nos Estados Unidos”, disparou o ministro.Lista de réusAo todo, dez pessoas se tornaram réus, sendo nove militares e o policial federal Wladimir Matos Soares. O grupo é citado no relatório da PGR como ‘Kids Pretos’. Entre as ações elaboradas pelo núcleo, estava o plano de execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes.Veja a lista do grupo que se tornou réu nesta terça, 20:Tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira;Tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo;Tenente-coronel Sérgio Cavaliere de Medeiros;Tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior;General Estevam Gaspar de Oliveira;Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima;Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal (PF);Coronel Bernardo Romão Corrêa Netto;Coronel Fabrício Moreira de Bastos;Coronel Marcio Nunes de Resende Júnior.O grupo responderá por crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa violenta de abolição do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio público e dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União. Bolsonaro réuIntegrante do chamado ‘Núcleo um (1)’ da trama golpista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se tornou réu, em decisão de março deste ano. Na ocasião, além do líder político de direita, foram denunciados os seguintes nomes:Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;Walter Braga Netto, general que foi ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Bolsonaro, além de ter sido candidato a vice-presidente em 2022;Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro;Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro;Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro;Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro.

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