Petrobras em alerta: Opep aumenta produção e pressiona preço do petróleo para mínima histórica

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) decidiu, no último sábado, elevar pela terceira vez consecutiva sua produção diária, adicionando mais 411 mil barris de petróleo à oferta global já em julho. A decisão, liderada pela Arábia Saudita, ocorre mesmo com o preço do Brent girando em torno de US$ 64, abaixo dos US$ 70 que a própria Opep considerava como limite mínimo meses atrás.

Impactos no preço do petróleo e reação do mercado

Com o aumento da oferta e a demanda ainda enfraquecida, o barril do Brent segue pressionado para baixo, com forte tendência de queda segundo análises técnicas. No gráfico diário, semanal e mensal, o petróleo apresenta topos e fundos descendentes, com resistência nos US$ 58 e possível recuo até a faixa dos US$ 50 ou até US$ 40, caso a pressão se mantenha.

A situação pode beneficiar economias importadoras, como o Brasil, que já vê reflexos no mercado interno. A Petrobras anunciou a redução de 7,9% no preço do querosene de aviação a partir de 1º de junho e pode estender o corte à gasolina e ao diesel, favorecendo o combate à inflação e abrindo margem para futuras reduções na taxa Selic.

Petrobras segue competitiva, mas concorrentes sofrem

Mesmo com o barril em queda, a Petrobras ainda demonstra resiliência. Segundo dados da Genial Investimentos, o ponto de equilíbrio da companhia está em US$ 34 por barril, graças à exploração eficiente no pré-sal e lifting cost em torno de US$ 6. No entanto, outras petroleiras brasileiras enfrentam maiores dificuldades: Prio tem custo de US$ 11 por barril, PetroRecôncavo US$ 14 e Brava Energia US$ 17 — todos muito acima da média da estatal.

Com a redução dos preços, empresas com margens mais apertadas podem ter que desacelerar ou até suspender suas operações, enquanto a Petrobras mantém relativa estabilidade, embora também pressione por cautela, segundo declarações da presidente Magda Chambriard.

Estratégia saudita e cenário fiscal global

A mudança de postura da Arábia Saudita parece estratégica: ao forçar os preços para baixo, dificulta a competitividade de pequenos produtores, que devem sair do mercado. Assim, a Opep+ poderia retomar o controle da oferta e elevar os preços novamente no futuro. Apesar disso, o movimento pressiona o próprio equilíbrio fiscal de países como Irã e Kuwait, que precisam de um barril acima de US$ 80 para manter suas contas em dia.

Já os Estados Unidos, com reservas estratégicas reduzidas após o pico da guerra, devem aproveitar os preços mais baixos para reabastecer seus estoques, o que pode gerar uma pressão de demanda no médio prazo e sustentar uma eventual retomada dos preços.

E agora, Petrobras vai a R$ 48?

Apesar do cenário desafiador, casas de análise como a Genial apontam preço-alvo de R$ 48 para as ações da Petrobras, o que representa um upside de 52%. Essa valorização, no entanto, depende de múltiplos fatores: estabilização do petróleo, disciplina fiscal da empresa e ambiente macroeconômico favorável, com queda da inflação e dos juros.

Para os investidores, o momento pode representar oportunidade em opções e dividendos sintéticos. Já para acionistas de longo prazo, é essencial acompanhar a próxima reunião da Opep, marcada para 6 de julho, quando novas decisões sobre o nível de produção podem mudar o jogo mais uma vez.

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