A Petrobras (PETR4) anunciou uma redução de R$ 0,17 no preço da gasolina nas distribuidoras a partir do dia 3 de junho, em resposta à recente queda do barril de petróleo no mercado internacional. No entanto, a estatal pode enfrentar um cenário desafiador nos próximos anos: o governo federal estuda um novo pacote tributário para o setor de óleo e gás que pode gerar impacto direto nos lucros e dividendos da empresa.
Governo mira arrecadação de R$ 40 bilhões entre 2025 e 2026
Segundo apurações de analistas e fontes do mercado, o governo pretende arrecadar cerca de R$ 40 bilhões com tributos adicionais sobre o setor de óleo e gás entre 2025 e 2026. A proposta surge diante da frustração com a arrecadação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), levando a União a buscar novas fontes de receita.
O setor, contudo, já é um dos mais tributados do país, com cobranças em praticamente todas as etapas da cadeia: extração, refino, distribuição e comercialização. Um novo aumento de impostos pode comprometer ainda mais os resultados financeiros das empresas e elevar os preços ao consumidor.
Impacto direto nos lucros e dividendos da Petrobras
O BTG Pactual estima que a Petrobras será a mais afetada pela medida, com impacto de pelo menos R$ 9 bilhões em sua rentabilidade. A estatal possui grande parte de sua produção concentrada no pré-sal e em campos offshore, os principais alvos do pacote tributário.
Com o aumento de tributos, o lucro líquido tende a ser reduzido, o que compromete diretamente a distribuição de dividendos — inclusive aqueles que o próprio governo federal, como acionista controlador, recebe.
Outras empresas também podem ser atingidas
Além da Petrobras, outras companhias como PetroReconcavo (RECV3), PRIO (PRIO3) e Brava Energia (BRAV3) também devem sentir os efeitos, embora em menor escala. A PetroReconcavo, por operar majoritariamente em campos terrestres, tende a sofrer impacto mais leve. Já PRIO e Brava, com produção offshore, devem ser mais penalizadas.
Valor oculto nas ações e incerteza regulatória
Enquanto isso, investidores acompanham o desempenho das ações PETR4, que operam próximas a R$ 30. A margem equatorial é vista como um potencial destravador de valor ainda não precificado, mas que depende de avanço regulatório e certificação de reservas.
A movimentação recente do papel — que caiu pontualmente após a data-com dos dividendos, mas encerrou o dia em alta — mostra que o mercado permanece atento às oscilações do petróleo, à política de preços e, agora, ao risco de aumento de impostos.
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