A Alupar (LUP11), tradicional empresa do setor de transmissão de energia, está enfrentando um ano de 2025 menos favorável em relação aos dividendos, mas ainda mantém fundamentos sólidos que a colocam como uma alternativa segura para investidores de longo prazo.
Segundo análise técnica do Clube dos Dividendos, a companhia reduziu sua distribuição de proventos de cerca de R$ 1,00 nos cinco primeiros meses de 2024 para apenas R$ 0,45 no mesmo período de 2025, uma queda superior a 50%. Com isso, o dividend yield caiu para 2,83% — abaixo dos principais pares e até da renda fixa.
Comparativo com índices e concorrentes
Mesmo com a frustração nos dividendos, o desempenho histórico da Alupar segue positivo. Desde o IPO, a ação valorizou 270%, superando tanto o CDI (198%) quanto o índice setorial IEE (índice de energia elétrica) e o próprio Ibovespa. Essa performance reflete a estabilidade e previsibilidade do setor elétrico, especialmente das transmissoras, que operam sob contratos de longo prazo com remuneração ajustada pela inflação.
Entre as concorrentes, no entanto, Alupar perde espaço. ISA Cteep e Taesa (TAEE11) apresentam hoje dividend yields mais elevados — 8,58% e 7,19%, respectivamente — ainda que com maior alavancagem financeira. A Lupar, por outro lado, se destaca pela menor exposição à dívida e por sua presença estratégica fora do Brasil, com concessões na Colômbia, Peru e Chile.
Fundamentais e valuation
A empresa reportou lucro líquido de R$ 393 milhões no 1T25, mantendo a média dos últimos trimestres entre R$ 400 e R$ 600 milhões. As margens continuam elevadas, acima de 35%, e o fluxo de caixa operacional segue robusto.
No entanto, em termos de valuation, a ação não se encontra descontada. LUP11 é negociada com prêmio entre 30% e 50% em relação ao preço justo, que é estimado em R$ 30,50. O preço-alvo para 18 a 24 meses está em R$ 35,82, o que representaria um potencial de alta de aproximadamente 26%, sem considerar os dividendos.
Já a LUP4 pode alcançar até R$ 12,30 (25% de valorização) e a LUP11, mais líquida, tem como referência os R$ 26,49 — faixa considerada ideal de compra para o papel.
Renda fixa versus LUP11: onde investir agora?
Com a taxa Selic elevada e CDBs e LCIs oferecendo retorno líquido superior a 1,2% ao mês, muitos investidores estão priorizando a renda fixa no curto prazo. Nesse contexto, a Alupar perde atratividade momentânea, especialmente para quem busca rendimento imediato.
Por outro lado, para quem tem foco no longo prazo, a tese da LUP11 ainda se sustenta, principalmente considerando seu histórico de performance superior ao CDI e ao Ibovespa. Além disso, o setor elétrico tende a se beneficiar de cenários macroeconômicos incertos, dada sua resiliência.
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