SONDORS ressurge com nova moto elétrica após falência: será diferente desta vez?

SONDORS tenta novo fôlego com lançamento da Meta AT, mesmo após polêmica falência

A SONDORS, empresa conhecida por sua trajetória turbulenta no mercado de bicicletas e motos elétricas, está de volta. Após decretar falência em 2023 e deixar centenas de clientes sem seus produtos, a marca surpreende o mercado com o lançamento da Meta AT, uma motocicleta elétrica off-road. O retorno é liderado por Storm Sondors, fundador e antigo CEO, que afirma ter retomado o controle da empresa e estar determinado a reconstruir sua reputação.

Histórico de promessas e frustrações

Fundada em 2015, a SONDORS ganhou notoriedade ao oferecer uma e-bike com pneus largos por apenas US$ 500 via financiamento coletivo. Apesar dos atrasos e entregas aquém do prometido, a empresa sempre conseguia cumprir – até o lançamento da Metacycle em 2021.

A Metacycle, uma moto elétrica urbana promissora, teve sua produção atrasada, entregas limitadas e diversas especificações descumpridas. Estima-se que cerca de 2 mil unidades foram entregues de forma irregular, enquanto mais de 500 compradores ficaram sem os produtos ou reembolso. A crise culminou na falência da empresa, agravada por disputas contratuais com a fábrica chinesa responsável pela produção.

Meta AT: nova moto, velhos métodos

A Meta AT é uma motocicleta elétrica voltada para trilhas, com motor de 4 kW, velocidade máxima de até 80 km/h e autonomia de cerca de 96 km, alimentada por uma bateria de 2,5 kWh. Seu preço promocional é de US$ 2.299 (à vista), bem abaixo dos US$ 4.200 originais. A moto ainda não é legalizada para uso urbano, mas a SONDORS promete um “kit de legalização”, cujo efeito prático depende das leis locais.

A nova campanha de pré-venda segue o mesmo modelo adotado no passado: pagamentos antecipados em troca de promessas de entrega futura. Isso reacende o debate sobre a confiabilidade da marca. Até o momento, a campanha no Indiegogo registra apenas 36 apoiadores, apesar da alegação de mais de 7.400 reservas privadas.

A crise com a Metacycle ainda não acabou

Storm Sondors afirma ter feito pagamentos de US$ 11 milhões à fábrica chinesa para a produção das Metacycles. No entanto, segundo ele, a fábrica se recusou a liberar as unidades prontas por não considerar os depósitos como pagamento da produção pendente. Há centenas de motos paradas no depósito aguardando uma resolução.

Essa disputa mantém antigos compradores sem seus produtos ou reembolso. A principal crítica dos consumidores é clara: se há recursos para lançar um novo modelo, por que não quitar as dívidas com quem já pagou?

Confiança em xeque

Storm se mostra confiante. Em entrevista à Electrek, ele declarou: “Você pode questionar o hype. Mas não questione se eu cumpro. Sempre fiz.” Ainda assim, a realidade mostra que a SONDORS deixou de cumprir no momento mais crítico, e o histórico recente pesa contra a retomada da confiança do público.

Para muitos, a Meta AT representa mais uma aposta arriscada de uma empresa que já falhou em sua promessa anterior. Resta saber se, desta vez, os ciclistas não serão deixados na trilha novamente.

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