Alta tecnologia e sustentabilidade fazem do algodão baiano referência mundial

Com uma das produções de algodão mais tecnificadas do país, o oeste da Bahia tem se consolidado como referência em produtividade, qualidade e sustentabilidade.A avaliação é de Alessandra Zanotto, presidente da Abapa (Associação Baiana dos Produtores de Algodão), que em entrevista para A TARDE destacou os principais pilares desse sucesso: uso intensivo de tecnologias digitais, manejo sustentável do solo e uma fibra de alto padrão reconhecida mundialmente.A safra 2024/25 de algodão na Bahia está em andamento e poderá ser em torno de 14% maior que a de 2023/24, que somou 691,3 mil toneladas. Devem ser colhidas cerca de 787,6 mil toneladas de algodão em pluma, em uma área total de 413 mil hectares, segundo dados da Abapa.Atualmente, a Bahia é o segundo maior produtor de algodão do Brasil. O líder é Mato Grosso, que produziu na safra passada 2,12 milhões de toneladas de algodão em pluma, o equivalente a 70% da produção nacional.De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), mais de 81% da área plantada se encontra em estágio de formação de maçãs e, de forma geral, as lavouras estão em boas condições.A área total destinada à cultura deve atingir 2,1 milhões de hectares, com produtividade média estimada em 1,9 t/ha. Diante desse cenário, este levantamento projeta que a safra 2024/25 deverá alcançar 3,9 milhões de toneladas.

Produção de algodão em sistema de irrigação por pivô

|  Foto: Divulgação

Algodão tecnificadoO bom desenvolvimento na produção de algodão na Bahia pode ser atribuído a vários fatores, dentre eles o relevo plano da região oeste, que facilita a mecanização total da lavoura e permite o uso de tecnologias de agricultura de precisão e digital.Esses recursos são aliados a softwares de gestão que integram dados da fazenda e tornam o uso de insumos mais eficiente, além de melhorar o controle sanitário e a tomada de decisão no campo, conforme destaca Alessandra Zanotto.A sustentabilidade também está no centro do sistema produtivo do algodão, bem como a rotação de culturas entre com soja e milho, prática consolidada na região e que vem ajudando a preservar o solo, fixar nitrogênio e reduzir o uso de defensivos.“O plantio direto e o uso de insumos biológicos também têm crescido, contribuindo para um solo mais rico e produtivo”, afirma a presidente.Outro destaque é a qualidade da fibra. O clima favorável, com períodos bem definidos de chuva e seca, o solo claro e a alta luminosidade garantem um algodão de brilho intenso, alta resistência, uniformidade e baixo índice de contaminação.“Mais de 80% da nossa produção é certificada pelo programa Algodão Brasileiro Responsável, o que assegura rastreabilidade e compromisso com práticas ambientais e sociais”, afirmou Alessandra.

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