A Petrobras (PETR3; PETR4) reforça sua ambição global em 2025 com movimentos estratégicos na África e Ásia, ao mesmo tempo em que mantém sua política agressiva de remuneração ao acionista. A expectativa é que a estatal distribua mais R$ 2,23 por ação em proventos ao longo do ano, além dos R$ 0,91 já pagos no primeiro trimestre. Com isso, o dividend yield (DY) pode chegar a 10,7% no acumulado de 2025, considerando o preço atual da ação.
Ações PETR4 abaixo do valor patrimonial: oportunidade no radar
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) estão cotadas a R$ 29,36, enquanto o valor patrimonial por ação (VPA) é de R$ 30,71, segundo dados mais recentes da companhia. Isso representa um P/VPA de 0,96, ou seja, a ação está sendo negociada com desconto de 4% em relação ao seu valor contábil — um indicativo de possível subvalorização para investidores focados em fundamentos.
Projeção de dividendos da Petrobras em 2025
De acordo com a política de remuneração da empresa, a Petrobras deve manter o ritmo trimestral de distribuição de proventos, como tem feito nos últimos três anos. Veja a projeção detalhada:
Indicador | Valor estimado |
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Proventos pagos no 1T25 | R$ 0,91 |
Proventos projetados para o restante do ano | R$ 2,23 |
Total estimado em 2025 | R$ 3,14 |
Dividend Yield estimado (cotação R$ 29,36) | 10,7% |
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2021: 20,2%
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2022: 68,9% (com dividendos extraordinários)
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2023: 19,8%
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2024 (últimos 12 meses): 22,1%
Para 2025, o mercado projeta um valor menor, porém ainda robusto, sinalizando consistência na geração de caixa, mesmo com queda no preço do petróleo.
Nova fronteira energética: Foz do Amazonas pode destravar bilhões em reservas
A Petrobras protocolou junto ao IBAMA um cronograma para simular a perfuração do bloco 59 na Bacia da Foz do Amazonas, considerado o maior projeto de exploração de águas profundas em território nacional desde o pré-sal.
A simulação operacional deve ocorrer entre 14 e 20 de julho, com inspeções e testes emergenciais previstos para o fim de junho. Caso aprovada, a licença ambiental será o último passo antes da perfuração efetiva, que pode abrir uma nova fronteira petrolífera estratégica para a renovação das reservas da empresa.
Segundo estimativas da ANP e especialistas do setor, a Margem Equatorial, onde se localiza a Foz do Amazonas, pode conter até 30 bilhões de barris de petróleo — volume comparável ao do próprio pré-sal.
África e Índia: Petrobras mira horizontes além do Atlântico
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, confirmou que a empresa assinou um acordo de exclusividade para negociar nove blocos offshore na costa da Costa do Marfim, na África Ocidental. A petroleira também estuda oportunidades em:
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Namíbia
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África do Sul
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São Tomé e Príncipe
A estratégia marca a maior ofensiva internacional da companhia nos últimos anos. Na Ásia, a Petrobras deve disputar blocos exploratórios em um leilão na Índia em julho, ampliando sua capacidade de entrega direta de petróleo ao mercado indiano, já consumidor do produto brasileiro.
“Somos especialistas em águas profundas. Ir para onde somos desejados é estratégico”, afirmou Chambriard.
Petróleo em queda pressiona ações, mas abre janela de entrada
O barril do tipo Brent, referência para os contratos da Petrobras, acumula queda de 16% em 12 meses, segundo dados do OilPrice.com, saindo de US$ 87 em junho de 2024 para cerca de US$ 73 em junho de 2025. Em períodos de alta do petróleo, a estatal historicamente vê forte recuperação no lucro e nas ações.
Desde fevereiro de 2024, as ações PETR4 recuaram cerca de 31%, acompanhando a desvalorização do petróleo, o que reforça o viés cíclico da empresa e aponta para possível valorização caso o mercado global de energia volte a aquecer.
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