O Banco do Brasil (BBAS3) atravessa um momento delicado na Bolsa de Valores. As ações da companhia, que já operam em queda desde abril, vêm acelerando o movimento de baixa e se aproximam da faixa dos R$ 21,60, com possibilidade de atingirem os R$ 19 nas próximas semanas. A avaliação é de analistas técnicos e fundamentalistas que observam uma confluência de fatores negativos no curto e médio prazo.
Gráfico aponta tendência clara de queda
A análise técnica mostra uma sequência de topos e fundos descendentes que projeta suporte na região de R$ 20,70 e, posteriormente, em R$ 19,68 — valor equivalente ao patamar registrado no primeiro semestre de 2023, antes do desdobramento das ações. Segundo investidores que acompanham o papel, a perda do suporte em R$ 21,60 reforça a força vendedora no curto prazo.
Revisões negativas de lucro e dividendos para 2025 e 2026
A piora das projeções se agravou após o Santander reduzir as estimativas de lucro do Banco do Brasil em 20% para 2025 e 2026. A instituição chegou a projetar um preço-alvo de R$ 19, o que abalou o sentimento do mercado, mesmo após revisão posterior dessa indicação. Além do Santander, outras casas de análise também estão ajustando para baixo suas expectativas de resultado e distribuição de dividendos.
Entre os fatores que sustentam a visão negativa, destacam-se:
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Aumento da inadimplência no setor agropecuário;
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Custo do crédito mais elevado;
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Redução das margens financeiras com o ambiente macro desafiador.
Impacto da renegociação da dívida das Casas Bahia
O cenário se agravou com o anúncio do acordo entre Casas Bahia e seus credores, entre eles o Banco do Brasil e o Bradesco. A varejista propôs a conversão de R$ 1,6 bilhão em ações, que serão repassadas com desconto de 20% a um terceiro player não revelado. Essa operação impacta diretamente o balanço dos bancos credores, que deixam de receber o valor integral da dívida e precisarão aumentar suas provisões para perdas, especialmente no curto prazo.
A operação está sendo mal recebida pelo mercado, por representar:
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Conversão forçada de dívida em ativos de menor liquidez (ações da Casas Bahia);
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Deságio adicional de 20% sobre esses ativos;
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Realização da venda em até 90 dias, impactando os resultados do segundo trimestre.
Possível oportunidade ou armadilha?
Com a queda acentuada e a aproximação dos R$ 19, muitos investidores veem no papel uma possível barganha. No entanto, há riscos significativos, sobretudo ligados à divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025, prevista para julho ou agosto. A expectativa é de que o BB revise oficialmente suas projeções, o que pode causar nova onda de vendas.
Segundo analistas, a pressão vendedora tende a continuar até essa divulgação, com grandes players reavaliando suas posições no banco estatal.
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