Manifestantes protestam contra exportação animal em Salvador

Um grupo de manifestantes se reuniu em um protesto pelo fim das exportações de animais vivos, no Farol da Barra na manhã deste domingo, 15.Advogados, veterinários e ativistas fizeram parte do ato nacional que denuncia os casos de maus tratos e a quebra de normas sanitárias no abate de animais quando levados para Europa e Oriente Médio.Segundo o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, a campanha uniu mais de cem organizações para o ato que aconteceu em 25 cidades de 14 estados.“A exportação de animais vivos é um triplo desastre: legal, ambiental e econômico”, afirma Patrícia Aguiar, porta-voz nacional da campanha “Não Exporte Vidas”, encabeçada pelo Movimento Nacional pelo Fim da Exportação dos Animais Vivos.Impactos sociais e econômicos“Esse tipo de exportação vai contra a legislação por expor os animais a maus tratos intrínsecos, desde sua saída nas fazendas, na longa jornada em navios até o abate final, de forma cruel”, diz a ativista, que também aponta para os impactos econômicos na prática.“Além disso, não arrecada impostos, gera pouquíssimos empregos e é insalubre. De fato, serve apenas aos interesses de poucos empresários às custas do sofrimento coletivo”, explica.

Secretaria de Comércio Exterior (Secex), aponta que o Brasil exportou mais de 1 milhão de bovinos só em 2024

|  Foto: Ricardo Botelho | Minfra

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou mais de 1 milhão de bovinos, entre bois, vacas e bezerros, só no ano passado para países como Turquia, Egito e Iraque.Em contrapartida, países como Alemanha, Reino Unido, Índia e Nova Zelândia já aboliram esse tipo de comércio.

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Quebra de normas sanitáriasPara a médica veterinária Vânia Plaza Nunes, diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, o sofrimento infligido aos animais em longas viagens marítimas é inaceitável“Os bois são embarcados em navios superlotados, onde vivem semanas em meio a fezes, urina, calor extremo e sem ventilação”, relata.“Muitos morrem durante a travessia, outros chegam mutilados. É uma realidade incompatível com qualquer princípio ético ou legal”, ressalta.

Ativistas defendem a promoção de uma pecuária mais sustentável

|  Foto: Sistema Faeb Senar / Divulgação

Além dos riscos sanitários, os protestos denunciam ainda os impactos ambientais desse tipo de operação.Segundo pesquisadores, relatórios apontam que cerca de 13% dos animais embarcados testaram positivo para algum tipo de coronavírus à época da pandemia, aumentando o risco de surtos epidêmicos.PL tramita no SenadoAtualmente tramitam no Senado, a PL 2627/2025 de autoria da deputada federal Duda Salabert (PDT/MG), e o PL 3093/2021, do senador Fabiano Contarato (Rede/ES), que proíbe o tráfico de cargas vivas. Com isso, o objetivo do ato nacional foi gerar pressão popular pela aprovação dos projetos.

Deputada federal, Duda Salabert (PDT/MG)

|  Foto: Bruno Spada | Agência Câmara

No Senado, a proposta do senador Fabiano Contarato já está em tramitação e conta com uma petição assinada por cerca de 600 mil pessoas. Para os ativistas, os dois projetos são vistos como essenciais para cumprir os princípios constitucionais que vedam a crueldade contra animais.

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