Ubaldina Estrela, fundadora da equipe
| Foto: Franciely Gomes
Ela ainda explicou como funciona a rotina das crianças, que precisam estar estudando. “Os meninos ensaiam todo sábado. Nós damos a merenda deles e não tiramos ninguém da escola. Quando tem apresentação, quem estuda de manhã não vai”, afirmou.“Se a gente está educando, para que a gente vai tirar a criança da escola, né? Então, as mães estão do nosso lado sempre. Moramos em Pero Vaz, ali na Liberdade. É um bairro pobre, mas com muita cultura”, completou.
Quadrlha Germe da Era
| Foto: Franciely Gomes
Quem também se apresentou na capital baiana foi a quadrilha Imperatriz do Forró, que exibiu um espetáculo temático, contando a história de um casamento que era atrapalhado por uma briga entre o sol e a lua, chamado “ILUMINADOS – Uma Saga Solar num Sertão Lunar”.A equipe, que existe desde 2018, coleciona diversos prêmios no portfólio. Em 2025, eles ganharam a competição de quadrilhas do Arraiá do Galinho e levaram as categorias de “Melhor Marcador”, “Melhor Casamento”, “Melhor Casal de Noivos” e “Melhor Musicalidade”.
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Quadrilha Imperatriz do Forró
| Foto: Franciely Gomes
Fim da tradição?Apesar da beleza dos espetáculos apresentados pelas quadrilhas juninas, a tradição vem se perdendo aos poucos na sociedade. Ubaldina reforçou que é preciso se reinventar a cada ano para manter os grupos.“Perdeu um pouco por causa dos outros estados que tem os brilhos, aí a gente tem que acompanhar, senão ficam achando que a gente está para trás. Mas não é, é porque a cultura junina é pobre. Pessoas pobres que faziam a colheita e daí faziam suas manifestações culturais agradecendo pela colheita foi boa. Todos vestiam roupas normais, mas aí foi evoluindo e tivemos que acompanhar”, disse ela.A falta de investimento também acaba rondando alguns grupos. Em entrevista ao portal, o jovem Everton Carvalho, personagem do Arraiá da Prefs, realizado pela prefeitura de Salvador, e dançarino de quadrilha, expôs a falta de investimentos na modalidade junina.
Everton Carvalho vestido de cangaceiro
| Foto: Franciely Gomes
“Eu acredito que a cada ano vem reduzindo por conta de verbas. Assim, a falta de verba é o grande fator da dificuldade que a gente vem sofrendo a cada ano. O grupo tem que se virar fazendo rifas, sorteios, balaios, essas coisas e a cada ano que passa, infelizmente, vem perdendo a tradição”, confessou.O rapaz ainda reforçou que dançar quadrilha é um vício do bem e todos deveriam experimentar uma vez. “Dançar quadrilha é um vício, mas é um vício do bem. É incrível, maravilhoso. Comecei aos 12 anos de idade e estou até hoje, só vou parar quando Deus quiser”, concluiu.