CPUR11: dividendos altos e risco com alavancagem elevada

O fundo imobiliário CPUR11 – Capitânia Renda Urbana tem se destacado no mercado por sua estratégia de gerar dividendos elevados, combinada com um modelo de alavancagem agressiva. Após a transição da gestão da VBI para a Capitânia, o fundo passou por uma reestruturação, com expansão do portfólio e aumento relevante do endividamento.

Atualmente, o CPUR11 possui cerca de 1.300 cotistas e um patrimônio líquido próximo de R$ 600 milhões. O valor patrimonial por cota é de aproximadamente R$ 92,00, enquanto o valor de mercado supera R$ 130,00, refletindo a expectativa dos investidores sobre os rendimentos.

Em abril, o fundo distribuiu R$ 0,10 por cota, com previsão de manutenção entre R$ 0,08 e R$ 0,10 até dezembro, o que representa um dividend yield anualizado entre 11% e 13%, dependendo da cotação.

Dados financeiros e composição do CPUR11

  • Patrimônio líquido: R$ 600 milhões

  • Cotistas: 1.300 investidores ativos

  • Valor patrimonial por cota: R$ 92,00

  • Alavancagem atual: 40% do patrimônio

  • Dívida total: R$ 236 milhões, com carência até 2028

Portfólio de ativos

O CPUR11 é focado em imóveis de renda urbana, com contratos de longo prazo e boa previsibilidade de receitas.

Composição atual:

  • 5 lojas do Açaí Atacadista

  • 4 lojas do Pão de Açúcar (GPA)

  • 1 imóvel da Simmaq (varejo especializado)

  • 1 ativo do setor de saúde, MDX, localizado no Rio de Janeiro

Localização dos imóveis

  • São Paulo (capital, Granja Viana, Tito)

  • Brasília (Águas Claras)

  • Ribeirão Preto (SP)

  • Macaé (RJ)

  • Porto Velho (RO)

  • Dourados (MS)

  • Araçatuba (SP)

  • Bauru (SP)

Estratégia: alta alavancagem e crescimento acelerado

A Capitânia tem utilizado uma estratégia agressiva para seus fundos de tijolo, que inclui:

  • Alavancagem elevada: Atualmente em 40%, considerada alta para o mercado.

  • Dívidas baratas: Contratos com taxas como IPCA + 5%, abaixo da média do mercado.

  • Carência longa: As amortizações começam apenas em 2028, permitindo maximizar os dividendos no curto prazo.

  • Compras com dívida embutida: Parte dos imóveis foi adquirida do fundo TRXF11, já com dívidas associadas transferidas.

Essa estratégia permite entregar dividendos robustos no curto prazo, mas cria riscos no médio e longo prazo, especialmente se não houver expansão consistente do portfólio.

Riscos operacionais e financeiros

Embora a estratégia proporcione altos rendimentos, o CPUR11 enfrenta riscos relevantes:

  • Risco de alavancagem: Caso o fundo não cresça, a dívida poderá saltar dos atuais R$ 236 milhões para mais de R$ 300 milhões até 2028, considerando apenas a correção inflacionária.

  • Impacto da inflação: A dívida é corrigida pelo IPCA, o que pode elevar significativamente o passivo em períodos de inflação alta.

  • Dependência de novas aquisições: O modelo exige expansão constante para diluir a alavancagem.

  • Risco operacional: A concentração em ativos de varejo e serviços também expõe o fundo às oscilações econômicas e ao desempenho dos locatários.

Projeções para dividendos e sustentabilidade

  • Distribuição projetada: Entre R$ 0,08 e R$ 0,10 por cota até dezembro, sustentada pela estratégia de carência nas dívidas.

  • Dividend yield: Projeção entre 11% e 13% ao ano, com base nos preços atuais das cotas.

  • Crescimento futuro: A gestão planeja adquirir novos imóveis e realizar expansões para diluir o endividamento.

O CPUR11 representa uma oportunidade para investidores que buscam rendimentos elevados, mas é essencial que estejam cientes dos riscos associados ao modelo de forte alavancagem.

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