KNSC11: Por que os dividendos caíram? Entenda o alerta no fundo

O fundo imobiliário KNSC11, gerido pela Kinea, pegou investidores de surpresa ao reduzir os dividendos de R$ 0,11 para R$ 0,10 por cota no mês de junho. A mudança gerou questionamentos, especialmente porque não há nenhum problema de inadimplência na carteira, segundo o próprio relatório gerencial divulgado pela gestora.

O que está acontecendo? Vale a pena continuar investindo? Nesta matéria, você confere todos os dados, análise da carteira, indicadores e simulações que ajudam a entender o cenário do fundo.

Cotação e indicadores atualizados

  • Cotação (13/06/2025): R$ 8,78

  • Valor patrimonial: R$ 8,80

  • P/VP: 1,00 (sem desconto)

  • Dividendos:

    • Abril: R$ 0,10

    • Maio: R$ 0,11

    • Junho: R$ 0,10

Apesar da leve oscilação nos proventos, o fundo continua negociando próximo ao valor patrimonial, o que indica equilíbrio entre oferta e demanda.

Rentabilidade: FIIs x CDB

A distribuição atual de R$ 0,10 por cota representa um dividend yield de 1,13% ao mês, equivalente a 14,44% ao ano, livre de imposto de renda.

Comparativo com CDB:

Investimento Rentabilidade Mensal Rentabilidade Anual
KNSC11 1,13% (isento) 14,44% a.a.
CDB 100% CDI 0,98% (líquido) 12,45% a.a.

No longo prazo, a diferença é significativa. Um aporte de R$ 10 mil renderia em 20 anos:

  • KNSC11: R$ 148 mil

  • CDB: R$ 103 mil

Número mágico do KNSC11

Para quem busca viver de renda, o chamado “número mágico” indica quantas cotas são necessárias para comprar 1 cota por mês apenas com os dividendos.

  • Cálculo: 8,78 (cotação) ÷ 0,10 (dividendo) = 88 cotas

  • Investimento necessário: R$ 772,64

A partir desse patamar, o investidor consegue reinvestir os proventos mensalmente, acelerando os juros compostos.

O que explica a redução dos dividendos?

O relatório gerencial de maio de 2025 esclarece: a redução dos dividendos não decorre de inadimplência, mas de uma decisão da gestão de aumentar a reserva de resultados.

  • Resultado gerado no mês: R$ 0,11 por cota

  • Distribuído: R$ 0,10

  • Reserva acumulada: Subiu de R$ 0,07 para R$ 0,08 por cota

A estratégia da Kinea visa manter uma reserva robusta para enfrentar eventuais oscilações de mercado, priorizando estabilidade na distribuição de rendimentos.

Análise da carteira do KNSC11

  • Patrimônio líquido: R$ 1,98 bilhão

  • Cotistas: 215.704

  • Liquidez média diária: R$ 4,5 milhões (alta)

Alocação por indexador:

  • IPCA+: 64,4% (IPCA + 10,16%, prazo médio de 7,6 anos)

  • CDI+: 45,3% (CDI + 3,31%, prazo médio de 3,9 anos)

Segmentação dos CRIs:

  • Escritórios: 24,1%

  • Residencial: 19,4%

  • Logístico: 18,2%

  • Shopping: 10,5%

  • Outros setores: 27,8%

Saúde da carteira:

  • Inadimplência: Zero

  • Alavancagem: 10,7% do patrimônio, considerada adequada pela gestão

O portfólio é bem pulverizado, com a maior exposição individual sendo de apenas 6,5%, o que reduz riscos.

Por que o rendimento oscilou?

A variação do resultado entre abril (R$ 26,6 milhões) e maio (R$ 24 milhões) se explica por amortizações antecipadas ou pagamentos semestrais de alguns CRIs. Isso é natural na dinâmica de fundos de papel e não representa risco estrutural.

Expectativas para os próximos meses

Com uma reserva crescente — atualmente R$ 0,08 por cota — e uma carteira bem estruturada, a expectativa é que o KNSC11 possa voltar a distribuir R$ 0,11 em breve, ou até mais, caso a gestão considere o cenário favorável.

A manutenção dos dividendos na casa de 1,1% a 1,3% ao mês posiciona o fundo como uma alternativa atrativa frente à renda fixa, mesmo com a Selic elevada.

Ainda vale a pena?

O KNSC11 segue sendo um fundo sólido, com:

  • Alta liquidez

  • Carteira diversificada e de qualidade

  • Dividendos consistentes acima de 1% ao mês

  • Gestão conservadora e eficiente da Kinea

A redução dos dividendos não é sinal de problema, mas de prudência da gestão.

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