O agravamento da guerra no Oriente Médio, especialmente entre Irã e Israel, pode gerar um efeito contrário ao que muitos investidores imaginam: ao invés de pressionar a inflação e fazer o Federal Reserve (Fed) subir os juros, o cenário pode, na verdade, antecipar cortes na taxa de juros dos Estados Unidos.
O entendimento tradicional é que um conflito dessa magnitude tende a elevar os preços do petróleo, pressionando a inflação global. Porém, segundo analistas, a situação atual é diferente. A economia americana já dá sinais de desaceleração, o que pode fazer o Fed priorizar a estabilidade econômica e o mercado de trabalho em vez de combater um possível choque inflacionário pontual.
Por que o conflito pode derrubar os juros?
Historicamente, choques nos preços do petróleo geram uma inflação temporária. O Federal Reserve, em muitos desses casos, não reage de forma agressiva, pois entende que o efeito tende a ser passageiro.
O problema agora é outro: a economia dos EUA já está fragilizada. Se o conflito se mantiver restrito a Irã e Israel, o impacto direto na economia global pode ser limitado. Contudo, se houver escalada envolvendo potências como Estados Unidos ou países europeus, a ameaça ao crescimento pode ser muito maior que a própria inflação.
Neste cenário, o Fed poderia ser forçado a cortar os juros antes do esperado para sustentar o crescimento, mesmo com uma eventual alta no preço do petróleo.
Mercado pode estar otimista demais
Apesar dos riscos, os mercados parecem acreditar que o conflito não irá se expandir. A alta recente das bolsas e do Bitcoin reflete uma leitura de que a situação estaria controlada e sem impactos duradouros.
Entretanto, estrategistas alertam para uma possível complacência dos investidores. O entendimento é que os efeitos dessa guerra podem levar semanas para se materializar, o que exige cautela dos participantes do mercado.
Bitcoin reage e mira novos recordes
No mercado de criptomoedas, o Bitcoin segue em forte valorização, buscando superar a resistência na faixa dos US$ 110 mil. Se romper esse patamar, o próximo alvo pode ser a região dos US$ 138 mil a US$ 140 mil.
Análises gráficas apontam formações que sugerem continuidade da tendência de alta, com possibilidade de movimentos explosivos se o mercado buscar a liquidez existente nas faixas superiores.
Entre as altcoins, XRP se destaca com forte recuperação, enquanto Ethereum, Solana e Cardano apresentam movimentos mais moderados.
Atenção redobrada: riscos seguem elevados
Apesar do otimismo dos últimos dias, o alerta dos analistas é claro: o conflito ainda não está totalmente precificado. A possibilidade de escalada não pode ser descartada e, por isso, é recomendado manter parte do capital em caixa, além de uma estratégia de preço médio para atravessar eventuais turbulências.
O mercado deve acompanhar com atenção não só os desdobramentos da guerra, mas também os próximos comunicados do Federal Reserve sobre juros nos Estados Unidos e os impactos no mercado global.
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