A dúvida entre investir em fundos imobiliários (FIIs) ou em CDBs de liquidez diária é comum entre investidores iniciantes e até experientes. Afinal, onde R$ 1.000 teriam melhor rendimento nos últimos anos? Neste conteúdo, analisamos o desempenho real de dois FIIs populares — MXRF11 e HGLG11 — frente a um CDB que rende 100% do CDI, considerando dividendos, efeitos da taxa Selic e reinvestimentos.
Desempenho no curto prazo: CDB na frente
Comparativo de 2 anos: quem rendeu mais?
Nos últimos dois anos, o CDI acumulou uma rentabilidade de 24,7%, o que transformaria R$ 1.000 em R$ 1.247. Em contrapartida, o fundo MXRF11, mesmo com reinvestimento de dividendos, proporcionou um retorno de 10%, ou seja, R$ 1.000 se tornaram R$ 1.106, valor bem abaixo do CDI no período.
Outro exemplo: o HGLG11 teve um desempenho ligeiramente melhor — cerca de 15% de retorno — totalizando R$ 1.150 ao final do período. Mesmo assim, ainda perdeu para o CDI.
Por quê?
A resposta está na taxa Selic. Com a Selic oscilando entre 13,75% e 14,75% ao ano nos últimos anos, os CDBs ganharam destaque pelo alto rendimento e liquidez, ao passo que os FIIs sofreram com a queda no valor de suas cotas.
Longo prazo: os FIIs superam o CDI
Desempenho em 10 anos com reinvestimento de dividendos
Quando olhamos para o longo prazo, o jogo muda completamente. Veja:
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MXRF11: retorno de 163%, transformando R$ 1.000 em R$ 2.634
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CDI (100%): retorno bruto de 142%, o que daria R$ 2.420; com imposto de renda, cai para cerca de R$ 2.207
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HGLG11: retorno de 219%, ou seja, R$ 1.000 viraram R$ 3.190 — quase R$ 1.000 a mais que o CDI líquido
Além de superar o CDI, os FIIs ainda oferecem uma grande vantagem: isenção de imposto de renda sobre os dividendos, o que ajuda a impulsionar a rentabilidade líquida do investidor.
O papel do reinvestimento e do preço médio
Dividend Yield e Dividend Yield on Cost
Um ponto-chave dessa análise é o reinvestimento dos dividendos. Ao utilizar os valores recebidos mensalmente para adquirir novas cotas — especialmente quando os fundos estão com preço mais baixo — o investidor aumenta o que se chama de dividend yield on cost (rendimento sobre o custo da cota).
Exemplo prático com o MXRF11:
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Cota a R$ 9,36 pagando R$ 0,10 por mês em dividendos → Rendimento anual de R$ 1,20 = 12,82%
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Se a cota for comprada mais barata (ex: R$ 9,00), esse percentual aumenta, pois o valor recebido em dividendos é fixo
O segredo, portanto, está em manter aportes constantes, especialmente nos momentos em que o fundo está desvalorizado, maximizando o ganho futuro.
Fundos imobiliários são uma má escolha?
Não necessariamente. O que prejudicou os resultados recentes foi o cenário macroeconômico, com Selic nas alturas, inflação instável e menor apetite ao risco. Mas o comportamento histórico dos FIIs mostra que, no longo prazo, eles tendem a superar a renda fixa tradicional.
Além disso, eles oferecem:
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Renda mensal isenta de IR
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Possibilidade de comprar cotas abaixo do valor patrimonial
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Proteção parcial contra inflação
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Oportunidade de ganho de capital com a valorização das cotas
Qual a melhor escolha?
Se o seu objetivo é liquidez, segurança e retorno estável no curto prazo, o CDB de 100% do CDI ainda é mais vantajoso — principalmente em um cenário com Selic elevada.
Mas se você pensa no longo prazo, quer renda passiva e está disposto a enfrentar oscilações, fundos imobiliários como o MXRF11 e HGLG11 demonstram potencial superior, principalmente com estratégia de reinvestimento.
Recomendações finais para o investidor
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Curto prazo (até 2 anos): prefira CDBs com boa liquidez e rentabilidade próxima de 100% do CDI
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Longo prazo (acima de 5 anos): considere FIIs com histórico de pagamento consistente de dividendos
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Reinvista seus dividendos: é isso que faz a mágica acontecer ao longo do tempo
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Aproveite quedas: compre mais cotas quando os fundos estiverem baratos para aumentar o yield on cost
Se você gostou desse comparativo e quer aprender mais sobre investimentos, renda passiva e estratégias de longo prazo, continue acompanhando nossos conteúdos. Seu futuro financeiro agradece.
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