O Porto Manatee, localizado na costa oeste da Flórida, se consolidou como um dos mais importantes centros logísticos para o comércio entre Brasil e Estados Unidos, sob a liderança de Carlos Buqueras, presidente da Autoridade Portuária local e também da associação que representa todos os portos da Flórida.
Com mais de 30 anos de experiência no setor portuário, Buqueras foi o responsável por implantar duas inovações inéditas nos Estados Unidos: a criação de uma zona franca flexível, fora dos limites físicos do porto, e o desenvolvimento de um hub internacional de negócios, que permite a empresas brasileiras se estabelecerem de forma mais ágil e econômica no país.
Brasil é o principal parceiro comercial do Porto Manatee
De acordo com Carlos Buqueras, o Brasil representa mais de 120% da importância estratégica do Porto Manatee, sendo o maior parceiro comercial da operação. Produtos como suco de laranja, madeira, alumínio e papel chegam regularmente em navios vindos do Brasil, somando mais de 30 embarcações por ano apenas com suco da Citrosuco. A relevância é tamanha que, sem o Brasil, “o porto poderia fechar suas portas”, afirma Buqueras.
Zona franca: economia, flexibilidade e vantagem logística
A zona franca (free zone) criada por Buqueras permite que empresas brasileiras importem mercadorias, realizem montagens, rotulagens e até transformação de produtos sem pagar impostos de importação antecipadamente. O tributo só é recolhido proporcionalmente no momento da comercialização nos EUA, o que melhora o fluxo de caixa e reduz custos.
Um dos exemplos dados foi o de uma empresa que importa peças de bicicletas de vários países e as monta dentro da zona franca, transformando o produto final em uma bicicleta “americana”, isenta de tarifas mais altas aplicadas a componentes individuais.
Hub internacional de negócios: inovação na prática
Além da zona franca, o hub logístico internacional criado por Buqueras oferece um ambiente empresarial completo e acolhedor para empresas brasileiras de pequeno e médio porte que desejam operar nos EUA. O projeto também facilita o acesso a aeroportos regionais com voos diretos para 90% das grandes cidades americanas, acesso ferroviário para todo o território norte-americano e integração com outros modais de transporte.
Empresas interessadas em se beneficiar desse ecossistema contam ainda com o suporte de consultorias especializadas em imigração, negócios e investimentos, como o Oxford Group, a Lif Ferreira de Araújo Law e a Osório Internacional.
Independência financeira e futuro promissor
Diferente de outros portos da Flórida que recebem subsídios públicos, o Porto Manatee é autossustentável, reinveste seus lucros em expansão e inovação. Em 2024, mesmo sem apoio financeiro do condado, o porto conseguiu realizar obras de ampliação, manter reservas sólidas e expandir seu alcance internacional.
Segundo Buqueras, “a vantagem competitiva do Porto Manatee está em oferecer infraestrutura de qualidade com custo até 90% menor do que regiões como Miami, além de liberdade para operar com ou sem sindicatos”.
Expectativas frente ao cenário geopolítico e tarifas
Mesmo diante das incertezas comerciais geradas por novas tarifas americanas, como as propostas pela administração Trump, o Porto Manatee permanece estável graças à flexibilidade proporcionada pela zona franca. “Empresas podem armazenar produtos sem pagar impostos e aguardar o momento mais vantajoso para vender ou exportar, gerando economia e segurança jurídica”, explica o presidente.
O post Porto Manatee se destaca como ponte comercial entre Brasil e EUA com inovação em zona franca e apoio a empresas brasileiras apareceu primeiro em O Petróleo.
