A história da pousada Mirante do Espinhaço, em Acuruí, começou em meados de 1982, quando o pai de Saulo Filardi, dono do empreendimento, comprou uma casa de campo no distrito de Itabirito. “Quando eu era criança, a gente vinha pra cá aproveitar os finais de semana, feriados e férias”, conta ao BHAZ. Foi durante uma viagem para a Itália, anos depois, que Filardi resolveu transformar o refúgio da família e abrir as portas para que outras pessoas pudessem usufruir da tranquilidade e beleza do local. “Por lá, me encantei com uma casa que tinha um muro de pedra parecido com o nosso Contraforte do Espinhaço. Era a casa de alguém que a transformou para receber outras pessoas, aí pensei que poderíamos fazer o mesmo em Acuruí”.
O novo propósito do imóvel começou a ganhar forma durante a pandemia. Ao lado da esposa, Filardi transformou a antiga casa de campo em uma pousada voltada ao bem-estar e à conexão com a natureza. “Entendemos que as pessoas começaram a ter uma demanda ainda maior de se cercar com a natureza, de praticar esportes, de fazer atividades que proporcionam bem-estar para o corpo, para a alma e para o espírito. Então uni o desejo que surgiu em mim durante a viagem com a alta procura das pessoas por um refúgio”, explica.

A pousada conta com cinco acomodações, sendo três suítes e dois chalés. O chalé com dois quartos é equipado com fogão, geladeira grande e tem capacidade de acomodar até nove pessoas, ideal para famílias ou grupo de amigos. O outro chalé tem um quarto com cama de casal, um sofá-cama e é a escolha certa para casais. “Ele tem uma arquitetura rústica e romântica, com uma banheira de pedra e tem uma linda vista 360º para o pôr do sol e para a Serra da Jaguara, já que fica mais isolado no alto da montanha”. Outros três chalés também estão em construção, todos com cozinha e airfryer para levar “maior comodidade” para quem visitar o local.

Diárias e café da manhã
As diárias variam entre R$ 550 e R$ 980, mas há promoções para quem passa mais dias no local. Os hóspedes podem desfrutar de um café da manhã, feito com produtos locais, servido em um deck de frente para a Cachoeira Contrafortes. Também é possível usufruir do café da manhã à parte por R$ 90. “Algumas pessoas vêm apenas fazer trilhas, curtir um dia de cachoeira, e elas podem aproveitar para fazer a reserva com a gente e tomar o café no deck”, destaca.

Filardi reforça que a preferência por produtos da região é uma forma de intensificar a economia local. O café, por exemplo, vem de uma produtora de Santo Antônio do Leite, a rosquinha de Cachoeira do Campo, o pão de queijo é de Amarantina e a empadinha de Acuruí.”Isso instiga o turista a querer conhecer outras regiões e traz uma vivência e uma experiência que vai muito além do sabor”.
E quem pensa que a história do local é cultivada apenas no nome da pousada e nos alimentos servidos por lá, se engana. Até os pequenos detalhes, como as disposições das frutas disponíveis no café da manhã, fazem jus à beleza vilarejo. “Colocamos o mamão cortadinho para representar a Cordilheira do Espinhaço, o abacaxi para representar o sol e as uvas que representam as nuvens que ficam roxas a amareladas no final da tarde”, conta.

A pousada ainda oferece uma cesta de piquenique, também feita com produtos locais, por R$ 450. “Normalmente as pessoas adquirem essa cesta para assistir ao pôr do sol no nosso mirante, que fica a 1300 metros de altitude. Dá pra chegar lá de carro pela trilha, ou a pé, passando por dentro da pousada. São mais ou menos seis quilômetros de caminhada e nesse mirante dá pra ver Caeté, a Serra da Piedade, Itabirito, Belo Horizonte, Nova Lima, Ouro Preto e o pico do Itacolomi”.
O Mirante do Espinhaço faz parte da Estrada Real e tem o carimbo que comprova a passagem por determinados locais ao longo do percurso da maior rota turística do Brasil. “O próprio mirante integra essa rota. É onde conseguimos visualizar todas as orientações que os tropeiros utilizavam durante o Ciclo do Ouro, que eram os desenhos dos picos das montanhas e dos formatos das pedras, que os ajudavam a saber se estavam no caminho certo em busca do metal”, completa Filardi.
Cachoeiras
Além do mirante, o local é cercado por cachoeiras. Filardi afirma que a região tem mais de 50 quedas d’água naturais e uma delas fica a poucos metros da pousada. “Vários encontros de montanhas em Acuruí têm nascentes de água puras e cristalinas que abastecem o Rio das Velhas e caem no Rio São Francisco”, diz.
De frente para a pousada, a alguns degraus de distância, está a Cachoeira Contrafortes do Espinhaço, cercada de bela mata nativa e com uma queda d’ água de aproximadamente 20 metros de altura, que escorre sobre as pedras e se projeta em um lago cercado de cascalho. Quem não ficar hospedado no local, pode acessar a cachoeira por R$ 30.

Curiosidades
O nome da pousada é uma variação de Contraforte do Espinhaço, em referência tanto às formações rochosas que antecedem a serra onde a pousada está localizada quanto aos antigos muros de pedra usados como defesa em tempos de guerra. “Nós somos o Contraforte do Espinhaço em dois momentos: na geologia, por causa da montanha, e por causa da edificação de pedras erguida no século 18 durante a Guerra dos Emboabas, quando São Paulo e Minas ainda eram um único território”, explica.
Mas, por ser um nome pouco conhecido e de difícil compreensão, Filardi e a esposa optaram por algo mais acessível e poético: Mirante do Espinhaço, inspirado no ponto mais alto do terreno, a 1.300 metros de altitude, de onde se avistam os caminhos históricos usados por tropeiros, ligando Caeté a Ouro Preto, passando pelo Pico do Itacolomi.
Rota Turística Jaguara
A Pousada Mirante do Espinhaço também integra a Rota Turística Jaguara, um caminho que engloba os encantos de Minas Gerais na região de Itabirito, Rio Acima, Ouro Preto e Santa Bárbara. A rota foi criada há sete anos e, para Filardi, é uma importante iniciativa para fomentar a economia da região e manter viva a história de Acuruí. “Está acontecendo um desenvolvimento da região e quero que as pessoas saibam que o nosso dia a dia aqui também é comercial e pode ser desfrutado por quem quer sentir a natureza, descansar e apreciar uma boa comida”.
De acordo Filardi, Acuruí guarda um sentimento coletivo de pertencimento e valorização da própria história. “É muito importante a gente entender de onde as coisas vêm, como nós somos”, reflete ele ao destacar o espírito de comunidade presente no distrito. “Todos compartilham o desejo de manter viva a essência do lugar e fortalecer a Rota Turística Jaguara, como forma de impulsionar a economia local e apresentar Acuruí a quem busca experiências mais conectadas com a natureza, com o passado e com o afeto”, conclui ele.
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Anota Aí
Endereço: Estrada para Cachoeira Chica Dona, Km 06 – Acuruí, Itabirito
Diárias: a partir de R$ 550
Day use: R$ 150
Funcionamento: aberto todos os dias, mediante reserva
Telefone: (31) 99637-0029
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