Artigo 19 do Marco Civil da Internet estabelece os direitos e deveres para o uso da internet no país
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Maioria formada para responsabilização das redes sociaisApesar da formação de uma maioria para o julgamento dos direitos e deveres para o uso da internet no país, o ministro Edson Fachin, disse que a decisão não é o suficiente para resolver os problemas gerados pelo poder concentrado nas big techs e defendeu que uma regulamentação deve ser feita pelo Congresso, por meio de ampla legislação.
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“A necessidade de ordem judicial para se remover conteúdo gerado por terceiros parece-me ser a única forma constitucionalmente adequada de compatibilizar a liberdade de expressão com o regime de responsabilidade ulterior”, detalhou o magistrado.Já a ministra Carmen Lúcia defendeu que as redes têm responsabilidade e que é preciso dar interpretação segundo o artigo 19 visando preservá-lo, por exemplo, em casos de crimes contra a honra.
Ministra Carmen Lúcia ponderou os limites entre a censura e a tirania nas redes sociais
| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
“Censura é proibida constitucionalmente, é proibida eticamente, é proibida moralmente, eu diria até espiritualmente. Mas não pode também permitir que nós estejamos em uma ágora em que haja 213 milhões de pequenos tiranos soberanos. Soberano é o Brasil, soberano é o direito brasileiro. Então, é preciso cumprir as regras”, argumentou a magistrada.Além das redes sociaisApesar da Corte focar nas redes sociais, com destaque as alusões dos ministros à instrumentalização das redes nos atos de violência de 08 de janeiro, o STF decide pela responsabilização de todo o ecossistema de sites e aplicativos no Brasil que permite a publicação de conteúdo por seus usuários ou terceiros, seja um comentário em site de jornal, avaliação de restaurante, anúncio em marketplace ou edição de verbete em enciclopédia online.Agora, a contagem está em oito a dois. Além de Cármen Lúcia, os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luiz Fux, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, foram a favor da responsabilização das redes. Já Edson Fachin e André Mendonça votaram contra.