O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (1º de julho de 2025) em alta de 1,00%, aos 137.113 pontos, impulsionado por um IPCA-15 mais fraco do que o previsto, valorização das commodities e fatores externos favoráveis.
IPCA-15 surpreende a 0,26% em junho
A prévia da inflação oficial (IPCA-15) de junho veio em 0,26%, abaixo da expectativa de mercado, que girava em torno de 0,35%. O resultado reflete, em grande parte, a forte desvalorização do dólar no mês, o que barateou insumos importados e refrigerou pressões domésticas. Para investidores, o dado reforça a perspectiva de manutenção ou mesmo de cortes na taxa básica de juros (Selic) mais adiante, gerando alívio para ativos de risco.
Commodities e cenário externo dão suporte
No exterior, o clima de risco permaneceu contido. A trégua entre Israel e Irã segue sem incidentes, e especulações sobre antecipação do nome para presidente do Federal Reserve nos Estados Unidos reduziram ainda mais as apostas no dólar forte. A alta dos preços das commodities — com minério de ferro e petróleo ganhando mais de 2% na sessão — beneficiou ações de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), que lideraram os ganhos.
Congresso reverte aumento de IOF e alivia custo corporativo
Em Brasília, o Congresso derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que havia sido aprovado na véspera. A medida, que poderia encarecer o custo da dívida das empresas, foi vista inicialmente como risco fiscal, mas hoje ganhou avaliação positiva: varejistas e companhias intensamente alavancadas terão redução no custo de captação. Magazine Luiza (MGLU3), Natura (NTCO3) e Vivara (VIVA3) avançaram mais de 4%.
Desempenho do dólar e fluxo para renda fixa brasileira
Com a perspectiva de cortes de juros nos EUA e juros locais ainda em 15% ao ano, o dólar comercial fechou cotado a R$ 5,49, queda de 1,20%. A migração de recursos de títulos americanos para papéis brasileiros de renda fixa reforçou o movimento de valorização do real, contribuindo para o ambiente positivo do pregão.
Perspectivas e comentários de mercado
“Num primeiro momento, o mercado se preocupou com o impacto fiscal da queda na arrecadação, mas logo focou no alívio que a derrubada do IOF traz às empresas”, analisa Pablo Spire Tourinho, comentarista de mercado. Para ele, “a combinação de inflação controlada, dólar mais fraco e commodities em alta formou um cenário raro de confluência positiva, impulsionando tanto ações quanto o câmbio”.
Os investidores agora voltam os olhos para a ata do Copom e para o relatório Focus, ambos na próxima semana, em busca de pistas sobre o calendário de cortes na Selic. Até lá, a liquidez externa favorável e o custo de crédito interno seguem sustentando o rally do Ibovespa.
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