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A oficina oferece um ambiente seguro e acolhedor, onde cada participante pode explorar sua criatividade, fortalecer a comunicação e desenvolver a autoestima por meio de exercícios teatrais, dinâmicas integrativas, rodas de conversa e práticas corporais. A proposta também valoriza as “escrevivências”, conceito que reconhece a escrita a partir das experiências pessoais, incluindo as especificidades linguísticas da comunidade surda.Ao longo da vivência, os participantes têm a oportunidade de superar bloqueios, identificar padrões de comportamento e desenvolver maior segurança para se comunicar de forma assertiva, tudo pensado para proporcionar um espaço de acolhimento, autoconhecimento e desenvolvimento das potencialidades individuais e coletivas.Para Elinilson Soares, o único homem surdo que participou da oficina em março, a experiência foi maravilhosa. “Foi uma interação muito importante para mim. Tinha um intérprete de Libras e possibilitou que a gente conhecesse mais sobre o teatro e desenvolvesse performance a partir da oficina. Fiquei muito curioso em saber como é que funciona essa coisa do teatro, visto inclusive como um processo terapêutico. A gente vai ter agora, em julho novamente, uma oficina de teatro só para surdos com Lia. E vai ter duas intérpretes de Libras que vão poder auxiliar bastante, e vocês vão aprender muito também. Vão aprender no movimento, nas questões visuais, vai ser incrível. Espero vocês lá nessa experiência teatral”, convida. A fala foi transcrita a partir de vídeo, com interpretação em Libras para áudio, e que foram feitas pequenas adequações para linguagem escrita, sem alterações no sentido do conteúdoO 100 ML de Teatro propõe uma experiência de reconexão com a criatividade e espontaneidade, ajudando os participantes a experimentarem novas formas de se relacionar e se expressar. Através de jogos teatrais e dinâmicas integrativas, a oficina possibilita ensaiar novos comportamentos e lidar com desafios do cotidiano de maneira mais leve e consciente.“A sociedade está estruturada de forma a não olhar essas pessoas, não ver essas pessoas, não dar visibilidade a elas. Então, construir essa oficina está sendo um processo de reeducação pessoal. Eu me sinto crescendo, aprendendo, ressignificando vários pontos de vista, várias opiniões, várias maneiras de agir”, compartilha Lia Vasconcelos, produtora cultural e idealizadora do projeto.Edições anteriores da oficinaAntes de chegar à sua edição acessível para pessoas surdas e com deficiência auditiva, a oficina “Despertar Criativo – 100 ML de Teatro” já passou por diversas localidades da Chapada Diamantina, onde impactou educadores e agentes culturais com encontros realizados em Seabra, Palmeiras, Campos de São João e no Vale do Capão.A capital baiana também recebeu uma edição voltada ao público ouvinte em março. Em todas as realizações, os participantes destacaram os benefícios da vivência para a criatividade, a comunicação e o fortalecimento da autoconfiança.Além da oficina que acontece em julho, o projeto também irá realizar um encontro online sobre Produção Cultural e Acessibilidade, voltado para sensibilizar e capacitar profissionais da cultura na construção de projetos mais acessíveis, mais um passo no compromisso do Despertar Criativo com a inclusão e a democratização do acesso à arte. ServiçoData: 05 e 06 de JulhoHorário: das 9h às 12hLocal: Centro Cultural Ensaio – Garcia, SalvadorInscrições gratuitas: https://encurtador.com.br/OTC0z