Os beneficiários do Bolsa Família que vivem sozinhos chamados de unipessoais vêm enfrentando dúvidas sobre a atualização do Cadastro Único (CadÚnico). Uma das perguntas mais frequentes é: quem mora sozinho precisa receber a visita de um servidor do CRAS para manter o benefício? A resposta depende de uma série de fatores e do tipo de mensagem que o cidadão recebeu no aplicativo do programa.
Entenda o que dizem o decreto e as instruções normativas
De acordo com o Decreto nº 12.417, publicado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), famílias unipessoais indígenas, quilombolas ou em situação de rua estão isentas da obrigatoriedade da visita domiciliar para atualizar o CadÚnico.
No entanto, para os demais beneficiários unipessoais, a exigência de visita depende da situação cadastral. A Instrução Normativa Conjunta da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (SENARC) e da SAGICAD determina que famílias incluídas nas ações de qualificação cadastral de 2025, com códigos como P1 (Público 1) e P5 (Público 5), precisam sim da visita de um servidor do CRAS para validar a atualização do cadastro.
Quais mensagens indicam necessidade de visita domiciliar?
Se você é beneficiário do Bolsa Família e mora sozinho, fique atento às mensagens recebidas no app do programa. Há duas mensagens principais que exigem visita do CRAS:
- Mensagem de Revisão Cadastral 2025 (Código P5): indica que o beneficiário está em processo de qualificação e precisa da atualização mediante visita domiciliar.
- Mensagem de Averiguação Cadastral (Código P1): menciona diretamente que a família será visitada por servidor do CRAS para esclarecimentos.
Essas mensagens não são aleatórias. Elas integram uma ação de qualificação nacional do CadÚnico, prevista na normativa de número 71.000.02.6814/2025/89. Se você recebeu uma dessas mensagens, não adianta apenas ir ao CRAS é preciso que o agente vá até sua casa.
Casos em que a visita domiciliar não é obrigatória
Nem todo mundo que mora sozinho precisa passar pela visita domiciliar. Veja quando isso não é necessário:
- Você não recebeu nenhuma mensagem de revisão ou averiguação cadastral no app do Bolsa Família;
- Você está fora da ação de qualificação cadastral de 2025;
- Sua atualização é apenas documental (como mudança de endereço ou telefone);
- Você já assinou o Termo de Responsabilidade e anexou documentos válidos, sem pendências.
Nesses casos, basta comparecer ao CRAS, assinar o termo e atualizar os dados presencialmente.
O que muda para indígenas, quilombolas e pessoas em situação de rua?
Para esses três grupos, a visita domiciliar é dispensada. Eles podem atualizar seus dados diretamente no CRAS, mesmo que estejam em ações de qualificação cadastral. Isso está garantido no próprio decreto e reafirmado pela instrução normativa do MDS.
Atenção às exceções e à documentação exigida
Além da visita, os beneficiários unipessoais também precisam apresentar um documento oficial com foto e assinar um termo de responsabilidade. Só com isso o sistema do CadÚnico considerará o cadastro regularizado. O CRAS deve registrar no sistema a confirmação da visita domiciliar para validar a atualização.
Há exceções em casos de desastres naturais, inundações ou risco social elevado, em que o CRAS pode justificar a impossibilidade da visita.
Resumo: preciso ou não de visita do CRAS?
| Situação do Beneficiário | Precisa de Visita do CRAS? |
| Mora sozinho, sem mensagens no app | Não precisa |
| Mora sozinho, recebeu mensagem P1 ou P5 | Sim, precisa |
| Indígena, quilombola ou em situação de rua | Não precisa |
| Em cidade com desastres que impedem visita | Não precisa (desde que justificado) |
Fique atento às comunicações oficiais
É fundamental que o beneficiário do Bolsa Família verifique regularmente o app do programa, o extrato bancário e eventuais comunicados do CRAS. Caso receba mensagem de revisão ou averiguação, procure imediatamente a unidade mais próxima e aguarde o agendamento da visita.
Manter o CadÚnico atualizado é a garantia de continuidade no programa e acesso a outros benefícios sociais.
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