O advogado de Gean, Pedro Henrique, alega que houve descumprimento de uma liminar que garantia a manutenção do espaço até o julgamento do mérito da ação pela Justiça Federal. A Prefeitura de Mata de São João alega que o prazo da liminar já havia expirado.Diante do impasse, o comerciante passou a atender seus clientes em estruturas improvisadas, com isopor e uma pia instalada na areia, num terreno que ele alega ser de sua propriedade. Os frequentadores vinham sendo servidos em mesas e cadeiras colocadas à beira mar.Foi esse material que a Guarda Municipal apreendeu na última quinta-feira, deixando Gean transtornado. Veja Vídeo:
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Único resistenteO Comandante da 53ª CIPM, Major Jorge Ramos, responsável pela equipe da Polícia Militar que acompanhou a ação da guarda Municipal, relatou que Gean seria o ‘único resistente’ à desocupação que já retirou, desde o ano passado, todas as outras barracas do local.Informação confirmada pelo Comandante da Guarda Municipal de Mata de São João, George Chimada. Ele argumenta que existe uma ação civil pública do Ministério Público Federal que obriga a prefeitura a remover as barracas da faixa de marinha.Segundo Chimada, Gean poderia colocar seu material na areia, mas teria que retirar todo dia. O comandante da Guarda diz que os demais barraqueiros, que deixaram a faixa de areia para se instalar nos boxes construídos pela prefeitura, cobraram uma atitude com relação à Okabana.”Toda hora é uma denúncia, todo mundo entrou na linha, só ele (Gean) que não quis”, diz Chimada. Ele acrescenta que o box ocupado por Gean terá que ser desocupado, uma vez que ele não assinou o termo de posse e o prazo já se expirou.
Gean Mendes esteve na delegacia e foi informado que apenas com um alvará ele pode trabalhar sem o risco de novas apreensões
| Foto: Acervo pessoal
Gean esteve na delegacia local nesta sexta-feira, 4, e ouviu do delegado que as ações da Prefeitura irão continuar até que ele consiga um alvará, o que parece improvável. Ele aguarda posicionamento do seu advogado para saber como proceder.”Eu quero meu alvará pra poder trabalhar em paz, aqueles boxes não me interessa, eu quero trabalhar na minha praia, que é onde eu tô, nas piscinas naturais”, desabafa Gean. O Portal A TARDE procurou o advogado, mas não teve retorno até o fechamento dessa reportagem.