Pablo Henrique Oliveira Rodrigues, de 32 anos, foi indiciado por tentativa de feminicídio por tentar matar a esposa Jhenipher Sabriny de Oliveira, de 31 anos, que precisou pular do segundo andar de um prédio para se salvar. O caso foi registrado em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no dia 12 de fevereiro. O homem chegou a fugir para o Paraguai, mas se entregou à polícia nessa terça (8). As investigações foram concluídas pela Polícia Civil de Minas Gerais nesta terça-feira (8), e as informações divulgadas nesta quarta (9), durante coletiva de imprensa.
Jhenipher foi internada no dia 12 de fevereiro após pular da janela de um prédio e quebrar as duas pernas, os dois braços e a bacia. Ela, inclusive, chegou a ficar acompanhada do Pablo no hospital, antes de acionar a polícia. “Ela estava acuada e ninguém sabia o que tinha acontecido. Ele disse que ela tinha pulado por questões pessoais”, explica a delegada Teresa Damasceno, responsável pelas investigações.
De acordo com a delegada, o homem ameaçou a mulher com uma faca durante uma discussão motivada por questões financeiras. “Ele foi pra cima dela, ela conseguiu distraí-lo e, numa tentativa de se salvar, ela acabou pulando da janela do segundo andar”. A vítima ficou internada por 20 dias e procurou a polícia no final do período de internação, em 24 de fevereiro. “Ele ficou com ela um tempo no hospital. Mas tão logo ela teve a oportunidade, ela acionou uma advogada que contatou a polícia”.
Em entrevista ao BHAZ, Jhenipher afirmou que o homem teria tentado matá-la após pedir R$ 10 mil em dinheiro. Ela negou, dizendo que o valor estava destinado ao pagamento de contas da empresa do casal. Diante disso, Pablo pegou uma faca na cozinha e tentou esfaqueá-la. A mulher, encurralada, devido às ameaças, buscou por uma saída, até que viu a janela do quarto do casal. Em um momento de distração do homem, ela se jogou para fora do cômodo.
Os dois estavam juntos há nove anos e casados há oito. A delegada afirma que Jhenipher alegou que o relacionamento já era marcado por violências físicas e emocionais, mas que ela nunca tinha acionado a polícia. “Ela nos narrou que o relacionamento já era marcado por violências psicológicas, violências físicas, violências morais e que, infelizmente, foi escalonando para uma tentativa de feminicídio”, conta Damasceno.
A delegada disse ainda que a mulher não tinha medida protetiva contra com marido e ressaltou a importância da vítima reporter qualquer tipo de violência à polícia e requerer a medida protetiva que, segundo ela, “são muito eficazes”.
Suspeito se entrega
Pablo chegou a fugir do país, mas se entregou à polícia no início da tarde desta terça-feira (8). Ele estava foragido desde o dia 10 de março, quando foi expedido o mandado de prisão.
“Tivemos conhecimento que ele fugiu pro Paraguai, mas isso foi antes da prisão ter sido decretada. Em razão disso, a gente chegou a acionar a Interpol, mas antes que os procedimentos fossem colocados em prática, ficamos sabendo que ele tinha voltado para o Brasil”, comenta Damasceno.
Entenda
Jhenipher pediu socorro até que os vizinhos apareceram e tentaram ajudar. Porém, como Pablo afirmou que era marido dela, eles deixaram o suspeito levá-la ao hospital e acreditaram que ela estivesse alucinando devido à queda.
O suspeito a colocou dentro do carro e deixou o condomínio onde moravam. No meio do caminho, o veículo cruzou com uma viatura da Polícia Militar, e Jhenipher colocou uma das mãos para fora para pedir ajuda. Os policiais abordaram o casal, mas o homem disse que levaria a mulher até a UPA Ressaca, em Contagem, e seguiu viagem.
Na unidade de saúde, Jhenipher soube a gravidade dos ferimentos: dois braços e duas pernas quebrados, além de fraturas na bacia e nos dois punhos. Ela ficou internada por 12 dias, tendo apenas o seu agressor como acompanhante.
“Eu fiz o jogo dele, não contei para ninguém porque eu tinha medo dele me matar ou matar a minha família. E ele não aceitava ninguém entrar, só ele”.
Pedido de ajuda
Jhenipher conseguiu ligar para uma advogada no dia 24 de fevereiro, durante o intervalo de tempo em que o marido precisou deixar o hospital. Ela contou sobre a violência e a representante procurou a polícia em busca de uma medida protetiva.
“Quando saiu a medida protetiva ela voltou para o hospital e passou para a equipe médica tudo o que tinha acontecido. Eles me trocaram de ala, de identidade, fizeram tudo o que podiam”, afirma.
A partir daí, a mulher continuou o tratamento longe do suspeito, que está foragido. Ela ficou internada até o dia três de março, quando recebeu alta médica.
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