Lula recebe nesta quarta presidente da Indonésia e pode agradecer por tentativa de resgate de Juliana Marins


Brasileira morreu após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. País do Sudeste asiático é o mais novo integrante do grupo de países emergentes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe nesta quarta-feira (9) o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, no Palácio do Planalto. A visita ocorre após a Cúpula do Brics, bloco formado por países do Sul Global, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 6 e 7 de julho.
Termina cúpula do Brics, no Rio
Essa é a segunda vez de Prabowo no Brasil. O indonésio participou da Cúpula do G20, em novembro do ano passado, no Rio de Janeiro.
A visita atende a um convite do presidente Lula e acontece menos de uma semana após o corpo de Juliana Marins, de 26 anos, ser enterrado. Juliana morreu após cair durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia.
A morte de Juliana deve ser um dos temas em discussão de uma reunião bilateral entre os chefes de Estado. A previsão é que, caso o assunto seja abordado, Lula agradeça pelos esforços do governo indonésio na tentativa de resgante da jovem.
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Novo membro do Brics
Lula e Prabowo se encontraram neste fim de semana durante a Cúpula do Brics. Durante o discurso de abertura, na manhã deste domingo (6), Lula fez um “agradecimento especial” ao presidente da Indonésia, que participou pela primeira vez de uma cúpula do Brics, como membro pleno.
O país foi anunciado oficialmente como membro pleno do bloco em janeiro deste ano.
A visita reflete o esforço do governo brasileiro em estreitar laços econômicos, políticos, sociais e culturais com países do Sudoeste Asiático, em especial diante da guerra tarifária travada pelos Estados Unidos.
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Presidente da Indonesia, Prabowo Subianto, é recebido pelo Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva durante a Cúpula de Líderes do BRICS no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro
Ueslei Marcelino/BRICS Brasil
Segundo o Itamaraty, os presidentes devem aprofundar o diálogo em áreas como segurança alimentar, energia renovável, bioenergia, defesa e educação.
Além disso, temas da agenda multilateral, como a proteção das florestas, a crise climática, a reforma da governança global e a busca pela paz no Oriente Médio também estão na pauta da reunião.
A visita também pretende reafirmar a importância da Indonésia como parceira estratégica e sinalizar a possibilidade de uma futura visita de Lula ao país asiático. Durante o Brics, Lula confirmou presença na Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na Malásia, em outubro.
Comércio bilateral
A Indonésia é um dos principais parceiros do Brasil no continente asiático. Em 2024, o comércio entre os dois países alcançou US$ 6,34 bilhões. A Indonésia ocupa o 16º lugar entre os destinos das exportações brasileiras e é o quinto maior destino para produtos do agronegócio.
O Brasil exporta para a Indonésia farelo de soja, algodão e fumo e importa do país asiático sobretudo fios de fibras têxteis e sintéticas, óleo de palmiste refinado, borracha natural e peças para veículos automotores e tratores.
Lula recebe Modi
Nesta terça (8), Lula recebeu o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. A visita marcou os 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
Na ocasião, os presidentes assinaram uma série de atos, entre os quais um sobre a parceria digital, com foco em infraestrutura pública digital, inteligência artificial, tecnologias emergentes e governança digital.
Lula recebe primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi
Durante entrevista coletiva após a reunião, o presidente Lula voltou a citar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e afirmou que os países do Brics não aceitam “nenhuma reclamação” vinda de Trump sobre a cúpula.
“Nós não aceitamos nenhuma reclamação contra a reunião do Brics. Por isso que não concordamos quando ontem [segunda] o presidente dos EUA insinuou que vai taxar os países Brics”, afirmou o presidente.
No domingo, enquanto acontecia a Cúpula dos Líderes do Brics, Trump anunciou que vai impor uma tarifa adicional de 10% a “qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics”.
Lula ainda ressaltou que os países do Brics são “soberanos” e que não aceitam “intromissão de quem quer que seja nas nossas decisões soberanas, do jeito que nós cuidamos do nosso povo”.
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