Taesa (TAEE11): alta dívida e possível redução de dividendos em 2025

A Taesa (TAEE11), uma das principais empresas do setor de transmissão de energia, está diante de um cenário desafiador para 2025. A alta alavancagem, os ajustes contratuais atrelados à inflação e a crescente concorrência nos leilões de concessões podem impactar diretamente os dividendos pagos pela empresa nos próximos anos. Neste contexto, é importante entender os fatores que influenciam a rentabilidade da Taesa e as projeções para o pagamento de dividendos.

O Setor de Transmissão de Energia e a Receita Anual Permitida (RAP)

O modelo de negócios das empresas de transmissão de energia, como a Taesa, não envolve riscos diretos de demanda, já que a receita é gerada pela Receita Anual Permitida (RAP), que é ajustada pela inflação e garantida por contratos de longo prazo, normalmente de 30 anos. Esses contratos, geralmente atrelados a índices de inflação como IGPM e IPCA, garantem uma certa previsibilidade para as receitas da empresa.

No entanto, a Taesa enfrenta dificuldades nos últimos anos, com alguns contratos de concessão assinados entre 2000 e 2006 apresentando um declínio na RAP, já que após o 16º ano de contrato, a receita cairia pela metade. Isso afetou a estabilidade da empresa e resultou em uma desaceleração no crescimento da RAP nos últimos três anos.

A Crescente Concorrência e os Efeitos sobre os Leilões

Historicamente, a Taesa tinha um caminho mais livre para disputar os contratos de concessão no setor de energia, mas isso mudou com a entrada de novas empresas, o que aumentou a concorrência nos leilões de transmissão de energia. Empresas como Lupar e outras privadas começaram a disputar os contratos com ofertas mais agressivas, reduzindo o prêmio que a Taesa poderia obter.

Esse cenário de maior competição tem pressionado a taxa interna de retorno exigida pelos investidores e pode reduzir as margens de lucro da empresa no futuro, o que, por consequência, impacta a capacidade da Taesa de gerar receitas adicionais através dessas concessões.

O Desafio da Alavancagem e o Impacto nos Dividendos

A Taesa tem enfrentado um aumento considerável em sua alavancagem nos últimos anos. De acordo com os resultados financeiros recentes, a dívida líquida sobre o EBITDA aumentou, passando de 3,8x para 4,1x. Esse aumento da dívida resulta diretamente em um aumento nas despesas financeiras, o que diminui o lucro líquido e, consequentemente, os dividendos pagos aos acionistas.

Além disso, a empresa depende de novos leilões e concessões para manter sua receita e sua capacidade de pagar dividendos. Porém, a alta alavancagem e a redução da Receita Anual Permitida (RAP) podem tornar mais difícil a participação da Taesa em futuros leilões, o que aumenta a incerteza sobre a sua sustentabilidade financeira a longo prazo.

Impacto da Inflação e Ajustes nos Contratos de Concessão

A Taesa enfrenta desafios adicionais com a inflação e a flutuação dos índices de preços como o IGPM e o IPCA, que são os principais indicadores utilizados para ajustar a RAP das concessões. Nos últimos anos, a queda da inflação e o baixo desempenho do IGPM resultaram em ajustes negativos nas receitas da empresa. Isso é especialmente preocupante, pois cerca de 60% da RAP da Taesa está atrelada ao IGPM.

Com o IGPM em queda, as projeções de receitas da empresa foram ajustadas negativamente, afetando diretamente os lucros e os dividendos que poderiam ser distribuídos aos acionistas.

Projeções para Dividendos de 2025: Uma Redução Esperada

Em 2025, a Taesa enfrenta um cenário de dividendos reduzidos devido à alta alavancagem, aos investimentos necessários para a conclusão de projetos e à queda nas receitas geradas pelas concessões. Para os próximos anos, a empresa projeta capex (investimentos) significativos, que devem variar entre R$ 1,6 bilhões e R$ 1,8 bilhões. Com esses altos investimentos, a distribuição de dividendos para os acionistas será bem magra, já que a empresa precisará financiar esses projetos com recursos adicionais, o que implica em mais endividamento.

A divisão da RAP, com um terço dos contratos vencendo em 2030, traz mais incertezas. Se esses contratos não forem renovados, a empresa perderá uma parte significativa de sua receita.

A Visão para o Longo Prazo

Embora os dividendos da Taesa para 2025 possam ser mais baixos, há uma estratégia de longo prazo focada no crescimento de novos projetos. No entanto, essa estratégia exige maiores investimentos e mais endividamento, o que limita a capacidade de pagamento de dividendos de curto prazo. Para os investidores que buscam renda passiva imediata, a Taesa pode não ser a melhor escolha para 2025.

Por outro lado, se a empresa conseguir reduzir sua dívida e manter a consistência de seus projetos a longo prazo, há potencial para a recuperação dos dividendos nos próximos anos. Entretanto, o cenário atual indica que a Taesa estará mais focada em pagar suas dívidas e financiar novos projetos do que em distribuir lucros para os acionistas nos próximos 2 a 3 anos.

Portanto, se você é um investidor de longo prazo, é importante monitorar de perto a evolução da dívida e o andamento dos projetos, pois esses fatores irão impactar diretamente os resultados financeiros e os dividendos da Taesa nos próximos anos.

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