
Levantamento realizado pela RBS TV revela como os preços da cesta básica vêm se comportando ao longo dos últimos anos. Valor total passou de R$ 119,99, em 2021, para R$ 176,53, em 2025. IPCA registrara alta de 0,24% em junho
Em um cenário de constantes variações econômicas, o custo de itens essenciais no dia a dia dos gaúchos impacta diretamente o orçamento das famílias. Um levantamento realizado, anualmente, pela RBS TV, revela como os preços da cesta básica vêm se comportando ao longo dos últimos cinco anos.
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A pesquisa, feita sempre no mês de julho, no mesmo supermercado, aponta mudanças significativas no bolso do consumidor. A reportagem acompanhou os preços de 13 itens da cesta básica. O valor total passou de R$ 119,99 em 2021 para R$ 176,53 em 2025, um aumento de 47,12%.
Evolução do valor total da cesta básica:
2021 – R$ 119,99
2022 – R$ 155,24
2023 – R$ 150,86
2024 – R$ 159,04
2025 – R$ 176,53
Segundo o economista Josias Bento, a inflação de alimentos e bebidas foi um dos principais fatores.
“Nesses 5 anos, a gente teve uma volatilidade muito grande na parte da inflação, tanto na parte de alimentos e bebidas, que nos últimos 12 meses, por exemplo, foram os vilões da nossa inflação, quanto também fatores externos, né? O preço do dólar, a gente teve um dólar que saiu de R$ 3,13 para R$ 6,10 no ano passado, então isso tudo movimenta principalmente o preço dos alimentos”, comenta Bento.
O levantamento mostra que café, manteiga e carne bovina puxaram alta de preços.
Comparação de preços entre 2021 e 2025
* Estimativa com base na variação percentual informada.
** Valores de 2024 usados como base de comparação.
Café no mercado
Reprodução/ RBS TV
O café foi o item com maior aumento.
“Os principais produtores de café no mundo todo, como o Brasil e o Vietnã, tiveram quebras de safra. Então, quando esses países tiveram quebras de safra, o mercado financeiro também especulou em relação ao preço do café e fizeram esse preço subir mais do que o mercado realmente esperava”, explica Bento.
Segundo ele, a normalização da oferta pode levar de seis a oito meses.
Desde 2018, a empresária Maia Lebedeff administra um restaurante em Porto Alegre e enfrenta o desafio de equilibrar os custos dos ingredientes com o valor cobrado no buffet:
“A gente tem um custo, o CMV, o custo da mercadoria vendida, esse percentual é que a gente calcula sobre o nosso faturamento. Quanto maior o custo da mercadoria vendida, menor é o nosso faturamento”, explica Maia .
Nos últimos cinco anos, ela precisou reduzir a oferta diária de carne bovina.
“Temos que fazer uma gincana porque tem que escolher o dia da carne vermelha e aí a gente vai jogando com suíno, com frango, mas sem perder a qualidade”, revela.
Por outro lado, arroz, feijão e batata branca registraram queda.
“Essa boa notícia do feijão principalmente é em relação à sua safra de feijão, né? Ela está cada vez com mais ofertas de feijão e faz com que as pessoas consigam consumir mais também”, diz o economista.
Frutas no mercado
Reprodução/ RBS TV
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